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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

O HOMEM DO LEME

Liliana Silva, 30.11.17

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Chegaste mais cedo aí em cima. Partiste cedo demais de um mundo onde muitos te queriam bem Não era tua fã ou tua admiradora. Sou portuguesa e só por isso fazes parte da minha história. Não fui a mais do que um concerto teu e nunca comprei bilhete para um espectáculo vosso...mas sei de cor muitas das músicas que tocavas com aquela garra só tua. Fizeste parte da minha adolescência mesmo sem saberes e mesmo eu não dando grande importância a tal facto. Hoje partiste e dei por mim a chorar. Hoje deixaste este caminho para seguir as nuvens e cada um de nós ficou mais pobre. Pelos vistos marcaste a minha vida de uma forma que nem eu própria conhecia. Deixaste um vazio e a única coisa que consigo fazer é colocar o modo repeat das tuas grandes melodias. Farei questão que o pequeno cá de casa conheça o teu legado. Farei questão que, se um dia se tornar o músico que ele hoje sonha ser, contar-lhe-ei a tua história, a história da tua garra e da tua perseverança. Ensinar-lhe-ei aquilo que de maior tinhas - O AMOR PELA MÚSICA. Continua por aí...agarra bem esse teu leme e faz-nos seguir o melhor trajecto que conseguirmos. A vocês minha querida Eli e amigo Samu um beijo especial e forte porque sei o quanto este senhor significava nas vossas vidas ❤

Para os dias menos bons...

Liliana Silva, 29.11.17

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Meu querido menino

Luz dos meus olhos

Deixa-me que te diga que a vida prega-nos constantes rasteiras, põe-nos à prova com vários temas e cruza pessoas na nossa vida que são verdadeiros desafios à maneira como encaramos o mundo. Nada é tão perfeito quanto os anos que passarás "protegido" das más intenções, das más caras, das más atitudes. Mas sei que estás a crescer, sei que as tuas asas estão a ganhar novos moldes, sei que num futuro próximo começarás a enfrentar caminhos que serão mais dificeis de palmilhar. A isso chamo o rumo da vida, a isto me refiro como as rédeas de um percurso que nem sempre conseguirás dominar. 

O que pretendo com este texto? Que um dia mais tarde, numa qualquer manhã de nervos, numa qualquer tarde de revolta, numa qualquer noite de chatices saibas que não tens escolher o caminho mais fácil ou ceder às pessoas mais persuasoras. Quero que saibas que a tua preseverança tem de ser sempre maior do que a vontade dos outros em deixar-te magoado. Quero que saibas que és grande o suficiente para te diferenciares do comum. Quero que tenhas plena noção de que te podem tirar do sério, mas só o farão se deixares que te agarrem. Só o farão se não souberes utilizar a tua calma, a tua paciência, o teu carácter forte para segurar as coisas e encaminhá-las no sentido mais acertado para ti e para os teus.

Não deixes que te afectem por palavras ditas da boca para fora. Não deixes que te fragilizem com tomadas de atitude contra aquilo em que tu acreditas. Não permitas que te magoem o coração pela ingratidão com que te vais deparar. Lembra-te sempre que somos nós que podemos fazer diferente. Não acredito que possamos marcar a diferença num mundo tão fustigado, num mundo com falta de tanta coisa, num mundo onde o essencial passou a ser o dinheiro e as estatisticas. Mas acredito sempre e far-te-ei sempre acreditar que podes fazer diferente. Porque o mundo não tem de se reger pelo comum mas sim pelo diferente. Porque as pessoas não podem nem devem reger-se pelos ideais dos outros. Porque tu deverás ter a capacidade de caminhar sempre na direcção que te faça feliz, que te faça sorrir, que te embale para o futuro e não te arraste para o passado. É isto que realmente importa, e quando não conseguires ver isto, volta aqui e lê-me. Ainda que te possa parecer fundamentalista, ainda que te possa parecer louca, ainda que te possa parecer que estas palavras não encaixam no teu mundo actual lembra-te sempre que serão estas palavras que te farão continuar o caminho, lembra-te sempre que a vida deve reger-se pela loucura saudavel de quem acredita e não pela tristeza corrente daqueles que se limitam a viver nua rotina extasiante.

Para os dias menos bons acredita sempre que o dia seguinte amanhecerá com sol, e se assim não for pinta-o na janela. Eu acredito em ti, eu sei que nos teus dias menos bons  terás a capacidade de ser diferente.   

A nossa BLACK FRIDAY colorida

Liliana Silva, 24.11.17

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Cá por casa também decidimos baixar o preço das coisas, talvez já o tenhamos tentado à algum tempo, muito tempo até, mas hoje recordamos que o dia é de descontos e como tal vamos tentar que vocês aí por casa possam entrar na mesma linha de "saldos" e tornem tudo mais baratinho. 

Ora pois bem...

5% desconto em más disposições

10% desconto em más atitudes

15% desconto em caras feias

20% desconto em birras

30% desconto em amuos

50% desconto em situações extremas de "diabinhos infernais" (epahhh somos mesmo poupados eheheh)

 

Ora com estes descontos todos, e seguindo a lógica da black friday comercial, aumentámos o preço em:

 

10% a mais para beijinhos

15% a mais para abraços prolongados

25% a mais para boas atitudes

35% a mais para miminhos extra e palavras bonitas

50% a mais em tempo, atenção e dedicação

Que vos parece esta nossa "loja"?! Creio que seja uma troca de descontos e ofertas justa. Sigam estas tabelas de preços e provavelmente não sairão defraudados da situação.

Entre dar e receber temos por cá uma sexta feira mais colorida

A melhor friday...é a follow friday

Liliana Silva, 24.11.17

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Apesar de ser muito recente nestas andanças, quero aproveitar este dia para agradecer a todos os quantos lêem as minhas palavras, os meus desabafos e as minhas peripécias enquanto mãe, mulher e ser humano. Destaco http://cafecanelachocolate.sapo.pt/ pela variedade  e sensibilidade que tem no tratamento de cada tema. 

 

OBRIGADA 

Bom fim de semana black, white, pink, blue ;)

 

Um brinde às mães perfeitas

Liliana Silva, 23.11.17

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Epahhh perdoem-me a maneira quase cómica como falo deste tema. Ainda que eu ache que não há ninguém perfeito, ainda que eu ache que a perfeição não existe em nada e em tudo ao mesmo tempo, ainda que eu saiba que é tudo muito bonito mas há sempre um “mas”.

Há alguns dias, diria até algumas semanas ou mesmo meses que dou por mim a achar que isto de ser mãe é tudo muito lindo, mas a coisa não é assim tão perfeita. Ainda assim acho que devo brindar aquelas que conseguem o que eu não consigo (provavelmente elas também não conseguem o que eu consigo) e andamos sempre assim nestes brindes de copos mais cheios ou mais vazios.

Mas bem a única coisa que gostaria de fazer é um brinde, e brindo a todas as mães que:

- O teste deu positivo e desde logo foi uma felicidade plena e desde logo surgiu um amor imenso – com muita pena minha no dia do “meu teste positivo” deitei lágrimas como se o cano dá agua quente tivesse rebentado e a espalhar água por toda a casa e não, não amei o meu filho desde o primeiro momento. Ainda hoje amo menos do que amarei amanhã, porque é um amor crescente, incondicional, mas crescente

- Idealizaram, compraram e decoraram tudo o que dizia respeito ao quarto e aos pertences do bebe com o tempo certo e prepararam a mala para a maternidade com os pormenores todos pensados – continuando com a minha pena mas não tive oportunidade de idealizar muita coisa e não tive aquela vontade desenfreada de fazer o enxoval do pequeno príncipe.  A mala foi feita sem grandes pormenores e a primeira roupa da criança até teve de ser trocada porque a que levava não podia ser utilizada

-  O nascimento do bebe era algo muito pensado e as máquinas fotográficas estavam a postos para registar tudo ao mais ínfimo pormenor – por aqui as únicas fotos que tenho da sala de partos foram tiradas com um telemóvel e foi preciso a enfermeira perguntar se não queríamos registar o momento.

Isto são aqueles pormenores que fui buscar ao baú das memorias de há já 5 anos. Mas quero continuar a brindar a todas vocês que conseguem o que eu não consigo. Quero brindar a todas vocês que não dão palmadas, que não põem de castigo, que não deixam a criança a pensar na asneira que fez (ainda estou para perceber como afinal resolvem as situações mais "gritantes"). Quero brindar a todas vocês que seguem à risca um plano alimentar tão coerente e prático que deixam de lado os açucares, as gorduras ou as proteínas em exagero. Um brinde a vocês que organizam os lanches deles sem uma bolacha maria, sem um iogurte danoninho, ou sem uma fatia de bolo caseiro. Um brinde a vocês que conseguem colocar os miúdos para dormir e eles lá ficam a noite toda sem dar qualquer tipo de sinal.

A festa por cá continua porque quero continuar a brindar à vossa segurança enquanto mães quando eles fazem uma grande birra em pleno hipermercado e vocês conseguem manter a calma de um anjo e agir “naturalmente” sem mostrar o fogo do inferno que vos vai nessa altura no corpo (por acaso nunca sofri desse mal, mas já assisti a algumas cenas bastante caricatas) Um brinde a vocês mamãs que em qualquer ida ao restaurante conseguem entreter os vossos rebentos (sozinhos salvaguarde-se já a questão) sem recorrer ao tablet ou ao telemóvel uma vez ou outra.

Faço um tchin tchin especial a todas aquelas que dizem não fazer comparações de miúdo para miúdo quanto a peso, altura, estatura, capacidades cognitivas e por aí em diante, quando na verdade é natural que por uma ou outra vez paremos o pensamento nisso e nos questionemos se estará tudo certo com os nossos cordeirinhos.

Parabéns a todas... acreditem que vos admiro mas não vos sigo as passadas. Em parte porque acho algumas coisas exageradas, em parte porque não consigo mesmo e por último algumas das quais não fazem grande sentido quando falamos em crianças. Mas admiro-vos e desejo que consigam continuar o vosso rumo. Por aqui vamos apenas tentando ser cada dia mais coerente nunca procurando a perfeição.

Esqueci outros tantos brindes, com toda a certeza, alguém me quer avivar a memória?! 

PS. estou a falar naquelas mães que levam isto mesmo a peito, e que conseguem ser tão perfeitas que me fazem sentir perfeitamente imperfeita ;) não se sintam ofendidas ;)

 

 

Dia Internacional do Direito das Crianças

Liliana Silva, 20.11.17

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Este dia, agora “vulgarizado” como o mero dia do pijama tem por trás uma temática que deve ser aprofundada, pensada e praticada. Hoje é dia Internacional do Direito das crianças. Hoje não é dia de nenhuma festa, embora para muitos assim o tenha sido porque tiveram direito a pijama novo, talvez até ao miminho (boneco) que os acompanha na hora de ir dormir, tiveram direito a festejar com os amigos, tiveram direito a um dia diferente na globalidade de já muitos dias que se comemora sempre alguma coisa. Acho muito bem que se incuta este dia às crianças, sou da opinião que devemos sempre acrescentar algo aos dias especiais, que devemos sempre chamar atenção para as problemáticas que nos envolvem. Mas creio que se está a vulgarizar um conceito que deveria ser tudo menos de consumismo e desperdício. Será que estamos a ensinar a essência deste dia às nossas crianças?

Como o próprio conceito diz, o Dia Nacional do Pijama é um dia educativo e solidário feito por crianças que ajudam outras crianças. E agora pergunto eu, deixaram as vossas crianças levar os pijamas já mais antigos para a escola? Deixaram-nas tirar do porquinho mealheiro a moeda que deveria levar na casinha dos botões? Explicaram-lhe que enquanto criança ela tem direitos?

Ora pois bem…é disto que falamos quando falamos no dia nacional do pijama, de direitos das crianças, e por aqui achamos que há direitos que deveriam ser obrigatoriamente cumpridos com possibilidade de pena bem severa para todos os quantos ainda hoje fecham os olhos às evidencias de um mundo que as maltrata. Somos um mundo severo onde nos queixamos com falta de crianças, mas que não sabemos cumprir os nossos deveres enquanto políticos, professores, cuidadores, pais e mães.

Porque toda a criança deve ter direito às necessidades mais básicas como um tecto, comida, roupa lavada e quente, escola, mas também direito a mimo, a colo, a compreensão, a ensinamentos. Não deveria ser necessário fazer uma lista dos direitos que lhes assiste. Não deveríamos nós andar a chamar atenção para esta problemática crescente e desigual se o outro meio mundo que age contra elas parassem de pensar de forma tão leviana.

Hoje é dia Nacional do Pijama, o pequeno príncipe T não foi de pijama porque na escolinha dele este não é um dia que se assinale, em tempos e no infantário já colocámos em prática este dia e apesar da sua tenra idade naquela altura, fomos explicando por palavras simples o significado deste dia. Hoje e em casa a história terá lugar a uma versão da vida real, dos acontecimentos do dia a dia e da tamanha necessidade que há para consciencializar todos que as crianças têm direito a ser AMADAS na sua plenitude e em tudo o que isso possa envolver.

Elas precisam de ser abraçadas, de se sentirem seguras, de poderem descobrir novas diversões, de brincar, de rir à gargalhada até não haver mais respiração, de correr e jogar até as bochechas ficarem vermelhas. Elas precisam que as atirem ao ar e sentir que em baixo ficam os braços seguros de quem as vai agarrar. Elas precisam de cheirar as flores na primavera, de sentir a areia fina da praia numa qualquer tarde de verão, de ir apanhar folhas no outono e de chapinhar nas poças de chuva no inverno. Elas precisam ser aconchegadas numa qualquer noite de invernia, de se sujar com farinha e ovos ao fazer um bolo, de contar os trocos numa qualquer ida ao supermercado faz de conta. Elas precisam que lhe limpem os olhos quando as coisas correm menos bem e as lágrimas têm tendência a rolar cara abaixo. Elas precisam de sorrir com o fato de palhaço e de pedir desejos com o senhor das barbas brancas. Elas precisam escorregar e andar de baloiço as vezes que tiverem necessidade disso porque são seres genuinamente felizes com pouco. Elas têm o direito de ser imensamente felizes e que nós, crescidos responsáveis saibamos que elas nos pedem tão pouco em troca do que deveria ser essencial e não obrigatório.

 

O valor do dinheiro...O Poder e o Querer

Liliana Silva, 17.11.17

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Há umas semanas atrás voltou à cidade o Circo. Desta feita o Circo Nederlan. Os senhores são espertos em todos os pormenores. Tenda montada mesmo ao lado de uma grande superficie comercial (onde passamos várias vezes durante a semana), cartazes por toda a cidade, e oferta do bilhete de criança na compra de um bilhete de adulto. 

Dado que tinhamos estado no circo há menos de meio ano, convenci-me (na minha ingenuidade natural) que o miúdo não voltaria a pedir ou a ansiar por outro tão cedo. Claro está que enganei-me mais uma vez. Confesso que não foi uma pressão muito forte, mas ele lá falava no assunto todos os dias, e quando se apercebeu que o fim-de-semana estava a chegar começou a dar mais ênfase aquilo.

Antes de toda esta situação há algum tempo atrás começamos a dar-lhe umas moedas para ele guardar. Ele tem o porquinho mealheiro que não abre (se não partido) e até à data era para ali que ele amealhava muitas das moedas que lhe davam (optámos sempre por dividir, uma moeda para a carteira e outra para o porquinho). Achamos que estava na altura dele começar a ter contacto com o significado do dinheiro e como tal, começamos a dar-lhe algumas moedas que ele guardava numa carteira. Religiosamente lá contava as ditas cujas e tentava perceber quanto dinheiro tinha. 

A primeira situação em que quis usar o seu dinheiro foi numa ida ao shopping, quis andar nos carros electricos que estão disponiveis por lá e que permitem andar um determinado tempo no meio do espaço sendo ele próprio a conduzi-lo. Custou-me que estivesse a dispender 4€ por 20minutos de voltas, mas ele estava decido e não hesitou quando abriu a sua carteira e retirou de lá quatro moedas. Aí ele percebeu que ficou com menos dinheiro, mas confesso que lhe deu tanto gosto aquelas voltas que não sentiu a mesma pena que eu...

A segunda situação, e esta mais cara foi exactamente na ida ao circo. Tentei explicar-lhe que tínhamos ido ao circo à pouco tempo, que não havia necessidade de estarmos outra vez a assistir a coisas que provavelmente iam ser iguais ao anterior, até que cheguei à parte do "a mãe não tem dinheiro para comprar o bilhete, há coisas que são mais urgentes como comprar a comida ou pagar o gás e a luz e tens de perceber que o dinheiro não dá para tudo". Testei a última situação que me pareceu que o iria por a prova. Pois, enganei-me. Ainda que tivesse hesitado, agarrou na sua carteira mágica e pediu-nos para contar o dinheiro...

Faltava-lhe, creio que cerca de dois euros, que com a simpatia "exagerada" do avô e do pai, conseguiu amealhar sem ser preciso pedinchar muito. Ora dinheiro junto, ele ofereceu-se para pagar o meu bilhete, sim porque o dele era grátis lembram-se?! 

Voltei à carga com as minhas tentativas de explicar que se gastasse aquelas moedas todas, não ia ter mais tão depressa para comprar algum miminho que quisesse. Tentei explicar que não podia ser sempre aquilo que ele queria porque simplesmente não havia dinheiro para tudo, mas confesso que estava tentada a ver até onde ele ia com a situação de ficar sem moedas. 

A verdade é que ele foi mesmo com a sua decisão até ao fim, a verdade é que nem fui com ele comprar o bilhete, porque pensei que se ia arrepender quando visse a carteira vazia, a verdade é que acabamos os dois sentados nas cadeiras do circo, e a verdade é que ele comprou aquele bilhete com uma vontade descomunal (segundo o avô que foi com ele à bilheteira).

Ele gastou o dinheiro e eu optei por, às escondidas colocar o dinheiro no porquinho que não abre, mas ele gastou o dinheiro e veio de lá satisfeito. Até ver ainda não pediu nada que tivesse de comprar com o "seu" dinheiro e já começou novamente a amealhar. Ele lembra sempre essa situação e diz à boca cheia que por eu não ter dinheiro para ir ao circo foi ele a comprar o meu bilhete. E eu não sei até que ponto foi a melhor opção que tomei...na altura foi a que achei mais prática e correcta. E hoje sei que a caminhada é longa, mas também sei que assim ele começa a ter pequenas noções do que é poder e querer.

É legítimo...mas e nós pais sem greve?!

Liliana Silva, 15.11.17
 

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Ora pois, isto do aumento da idade dos piolhitos traz-nos novas vivências e coisas que até à data ouvimos apenas com os filhos dos outros. Ora pois, sabem que dia é hoje? Um dia que afecta muitas e muitas famílias na hora de deixar as nossas crianças na escola e voltarmos para trás exactamente da mesma maneira. Hoje é dia de Greve e apesar de não me ter preocupado com os avisos que durante a semana ia ouvindo sobre este acontecimento, a verdade é que o alarme soou ontem na hora de ir buscar o pirralhito e ver plasmada na porta da entrada um comunicado com informação da mesma. Perante tal situação tentei informar-me do que se iria passar e percebi à partida que realmente hoje era escusado ir tentar deixá-lo visto que as educadoras não iriam estar.

A meio da semana e lá vou eu de cabeça a mil, para encontrar a solução para este assunto. Ninguém melhor do que o "bombeiro de serviço" para me acalmar os ânimos e amparar a situação. 

Mamã liga ao avô: Pai, tens alguma coisa marcada para amanhã? O T não tem escola, as professoras vão fazer greve e não haverá ninguém que fique com eles...

Avô: então se não há escola, claro que fico com ele. 

Mamã: Ok então eu quando for trabalhar deixo-o aí em casa...

Avô: não, nada disso. Deixa estar o menino a dormir e a descansar no quentinho. Estou aí perto das 09h e podes seguir o teu caminho.

O alarme soou e eu tenho sempre um bombeiro pronto a resolver estes imprevistos do dia a dia. Mas e quem não tem essa sorte? Quem, como eu conheço alguns casos, não têm familiares ou amigos onde possam deixar as suas crianças e se vêm obrigados a faltar ao trabalho ou a seguir com a sua vida? É legítimo, sim eu sei que sim. Nem sequer me revejo numa carreira onde muitas vezes somos obrigados a trabalhar longe de casa, impedidos de ver os filhos crescer ou sustentar uma relação à distância. Sei que devemos sempre fazer-nos ouvir e fazer valer os nossos direitos. Entendo os motivos e estou solidária com a causa. Mas hoje tocou-me a mim, e se eu tenho maneira de ainda contornar a situação, coloco-me no lugar de muitos pais e mães que têm hoje o coração duplamente apertado ou porque deixaram os seus filhos entregues à sorte ou porque tiveram de faltar aos trabalhos para colmatar estas ausências inesperadas. 

Posto isto, o dia hoje é de vontades feitas. Na ida para o almoço encontrei-os assim...a caminhar para casa depois de uns exercicios ao ar livre. E na parte da tarde os planos continuavam em grande. Ouvia-os falar na casa de banho enquanto preparava o almoço...Aproveitar o sol e o espaço livre para andar de bicicleta e correr até ficar com as bochechas vermelhas. Para ele e para mim fica a certeza que há heróis de carne e osso, este é o nosso.

FIM DE SEMANA DE LOUCOS

Liliana Silva, 13.11.17

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Foi literalmente um fim-de-semana de loucos...tinhamos isto programado mas a realidade é sempre outra quando colocamos as "mãos na massa". As expectativas eram altas da nossa parte, sabíamos o que queriamos no resultado final e sabiamos que se conseguissemos tudo o que estava projectado íamos com certeza ter um grande mural.

Tirando os imprevistos iniciais que nos atrasaram a coisa, quando começamos a desenhar demos conta que seria algo bastante trabalhoso e minuncioso e que nos roubaria algum tempo...ora pois foi exactamente isso que aconteceu...

Sexta-feira a noite dei por mim a não querer entrar no quarto. Lembram-se de ter dito que não ia assistir "à borracha na parede"? Pois não consegui. E quando lá entrei já a parede estava pintada de azul, pronta para receber os novos amigos do pirralhito. Custou, acho que até demais, sim eu sei, a lamexas de serviço ressentiu-se com aquela "quebra". Mas foi um mal necessário neste novo quarto.

 

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A primeira novidade estava feita, parede completamente limpa e com nova cor. A segunda novidade foi contar ao principal interveniente do caso que iria dormir no nosso quarto durante o fim de semana porque teríamos de pintar o dele (sim sim particamos o co-sleeping, modalidade tão falada e que daremos mais pormenores amanhã). O T foi literalmente acampar no nosso quarto e ontem no regresso ao quarto dele a coisa complicou-se para ele e para mim que me habituei em duas noites a tê-lo por ali e a limitar-me a abrir o olho para espreitar se ele estava bem.

A terceira novidade seria uma surpresa para apresentar no final do dia de sábado. Com o miúdo "despachado" para casa do avô, começou a "lufa lufa" e a correria das coisas. 

Não estava à espera que o desenho tivesse tantos pormenores e isso trouxe-nos um trabalho mais lento.

 

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No final valeu a pena o resultado final e este fim-de-semana praticamente em que estivemos em constante trabalho e alvoroço.

 

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Ontem o pequeno príncipe T já fez um espectáculo no seu quaro novo, com as luzes a brilhar e o som em alto estilo. Ontem ele já dormiu no seu quarto, rodeado pelos seus amigos musicais. E hoje rendeu-se às evidências e acordou com novo folêgo e disposto a chegar a casa e continuar a viver, a sonhar e a ser feliz dentro das suas quatro paredes.

 

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Assim vale a pena concretizar sonhos. Aqueles olhos brilhantes do dia de ontem mostram mais uma vez que por ele fazemos tudo o que estiver ao nosso alcance, porque ele sabe ser feliz com o "muito" que nós temos para lhe oferecer que se chama AMOR  

 

Estaca ZERO

Liliana Silva, 10.11.17

 

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Foi assim que começou a nossa aventura com o pequeno príncipe T. Foi com este desenho que me apercebi que estava a chegar o grande dia. Foi neste momento que me convenci que ia ser mãe. Uma mãe colorida e divertida. Uma mãe que apesar de não ter nada iria dar tudo. Uma mãe que ainda meio perdida nas realidades daquele tempo criou um projecto e elaborou uma parede que te fizesse sentir aconchegado.

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A escolha não foi fácil. A escolha não foi unânime. Eu queria uma imagem mais fofinha. O nosso "engenheiro privado" queria uma coisa marcadamente masculino como o cars. A minha persuasão feminina lá lhe conseguiu dar a volta e no meu estado nem ele se sujeitaria a contrariar as coisas...ehehehe...com esta barriga eu estava imponente.

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Estas imagens têm sensivelmente cerca de uma a duas semanas antes de o ter nos meus braços. E foi nesta altura que escolhido o desenho, colocámos mãos à obra e decoramos o quarto do herdeiro com o maior carinho. Foi um dia fantástico, em que as minhas pernas pesavam na minha cabeça, em que tinha de pintar de lado porque a minha barriga não me permitia chegar à parede com destreza, em que o cansaço era tal que tive de parar a minha colaboração várias vezes ao dia. Mas foi o dia em que no meu coração as coisas começaram a colorir-se e em que me dei conta que por ti os esforços iam sempre valer a pena.

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Agora, e corridos 5 anos está na hora de mudar e tornar isto num mural a gosto do pequeno príncipe musical. Confesso que estou de coração pequenino por ter de apagar isto da parede deste quadro. Confesso que gostava que pudesse apenas virar a página e voltá-la sempre que assim me apetecesse. Confesso que não vou com certeza assitir à "passagem da borracha". Sou muito lamechas, sou muito apegada a tudo, sou muito saudosista. Para o contrário tenho ao meu lado o melhor que está desejoso de por mãos à obra...e a ele lhe devo estas mudanças, tem umas mãos de ouro e aliadas às minhas ideias tornamos tudo isto mágico.  

Mas vem lá um novo desafio. Vem lá uma imagem que ele ainda não sabe, mas que vos dou a certeza que ele vai adorar. Vem lá um mural à altura da nossa mini estrela. Vamos mais uma vez dar o nosso melhor. No futuro viremos recordar estas imagens porque relembrar o que fomos e fizemos faz-nos seguir em frente com mais vontade de realizar e concretizar os sonhos e as ambições de um miúdo de luz ;)

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Já vos dei várias pistas...conseguiram identificar tudo? Alguém quer dar um palpite do que vai surgir nesta nova parede?

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