"Ulhóo Natal"
Não fugimos à regra, nem fomos excepção. Natal é sinónimo de família, reboliço, confusão, doces e muita animação.
Mais um natal que passou, mais um Natal que deixa sempre um misto de emoções, mais um Natal em que me senti virada do avesso e em que nada nem ninguém poderia fazer mais do que fez e faz. Arre época danada que me faz estremecer e quebrar. Mas como todos dizem, a vida tem de continuar, "show must go on" e lá tive eu de arregaçar as mangas, limpar as lágrimas e desenhar um natal à medida de um pequeno grande príncipe. Se há coisa que não sou é egoísta e só por tal não tenho o direito de lhe estragar a magia, como tal junto-me à festa e bola pa frente.
Um 24 ao rubro, com a batedeira no máximo, o forno em potência máxima, farinha pelo ar e cheiro a doces a pairar. Este ano tivamos a companhia do "feijão" da família (primo Guigo) e a diversão foi a dobrar. Com a certeza que os excessos e as quebras de rotina seriam ponto acente, as coisas correram muito melhor porque não houve stresses com horários, comidas ou bebidas, e birras desmedidas. Serenamente levei a água ao meu moinho. A noite da consoada foi passada em casa dos avós paternos, onde tivemos a honra de receber um pai natal muito velhote (padrinho do pequeno mini meu) que vestiu na pele a personagem e conseguiu até o feito do miúdo achar que era o mesmo do ano passado (só que não).
As prendas foram chegando e os sorrisos foram alargando. Era hora de nos depedirmos do Barbudo velhinho e que já quase não conseguia ler, e começar o frenesim da abertura das prendas. Houve tempo para gritos e gargalhadas, para papéis espalhados pela sala, para as confusões da troca de presentes que vinham sem nome ahahaha.
O dia 25 começou como o ano passado. Tinha de lhe dar a certeza que o "Santa" também iria passar na nossa casa e como tal depois de o ter colocado a dormir já a madrugada estava presente, coloquei neve artificial a sair da lareira e a percorrer o hall de entrada até à árvore, marquei com uma bota do Sr.Engenheiro da casa as pegadas e lá deixei um "grande presente" para que ele e o primo pudessem abrir na manhã de natal. A taça das bolachas estava remexida e quando acordaram foi vê-los "acompanhar as pegadas do pai natal" e como vibraram com a situação.
Passado na casa dos avós maternos (sim falo da avó materna como presença habitual no nosso meio), este dia de natal contou com a presença de mais duas primas, mais velhas por sinal e que o "aturaram" nas suas exigências natalícias.
Conseguimos chegar um pouco a todo o lado, faço questão disso mesmo e sinto que o meu dever está cumprido. Foi um natal agradável e feliz. Foi mais um Natal em que não lhe faltei com a magia e isso acreditem que para mim é o mais importante. Sim, eu sei, a idade para acreditar está a diminuir, estou a ficar "sem tempo" e como tal tudo o que possa fazer para que ele acredite nos sonhos farei, de e com o coração aberto. Sempre por ele e para ele.