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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

As injustiças de um domingo à noite...

Liliana Silva, 29.01.18

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Fim de semana é sinónimo de:

Diversão

Êxtase

Quebra de Rotinas

Tudo misturado e a um domingo à noite a coisa não resulta lá muito bem e o "batido" pode não saber muito bem. Pois...

Por aqui não é diferente. Com todo o entusiasmo ao longo de dois gigantes dias em que há de tudo um pouco chegamos ao Domingo à noite e a coisa não se dá...

Começa aquilo que eu chamo de "ronha" e tudo serve para atrasar a ida para a cama, tudo serve para implicar e tudo serve para criar birras que no fim e bem "esprimidas" não dão em nada. Chora-se sem motivo aparente. Grita-se para chamar a atenção e perde-se o fio à meada porque as desculpas não são coincidentes.

Ontem por aqui foi assim, aliás todos os domingos são um pouco, mas creio que ontem ultrapassou em muito a paciência normal das nossas noites.

Comecei por deitá-lo um pouco mais tarde já para tentar evitar ir "aos pulos" para a cama. História contada e luz apagada, viro costas. Minutos depois primeira chamada. O truque da água. Vou buscar água, dá um gole e deita-se. Volto costas. Mais cinco minutos e segunda chamada. Quer ir para a nossa cama dormir. Explico que não pode ser, que temos um "contrato" sobre os fins de semana e que minimamente gosto de seguir. Aconchego-lhe os lençóis, mais umas festinhas e uns miminhos e saio. Dez minutos corridos e aquela criatura lembra-se que não desenhou a figura principal no desenho que ia oferecer à professora. Lá vou eu explicar-lhe que na manhã seguinte ajudo-o a acabar o desenho e tento que se acalme com mais esta situação. Trinta minutos depois, sim sim leram bem, ele tem uma capacidade infinita de segurar os olhos como estacas, nova chamada, a quarta. Desta feita não quer ir para a escola no dia seguinte, segundo ele brincou pouco no fim-de-semana, e quer ficar em casa. Ora passamos à explicação com mais calma e isto já por entre choros e "ranhosices":

Mamã: olha príncipe, achas mesmo que me apetecia ir trabalhar amanhã? Achas que não preferia ficar contigo aqui e passarmos o dia a brincar e a passear como por exemplo hoje? Não posso meu querido, não podemos. É a vida, e tudo tem o seu tempo (estava nesta conversa fiada e a não acreditar que me estava a desculpar com a vida).

T: Ok mamã eu vou tentar acalmar-me, mas gostava mesmo de ficar contigo...

Mamã: Eu também meu amor, não imaginas como. Mas agora que já virámos a almofada para o lado bom dos sonhos, e que já estás mais calmo vais pensar que amanhã vais reencontrar os teus amigos e vão contar todas as aventuras deste fim-de-semana.

Desta feita optei por ficar à cabeceira dele, continuar a vê-lo virar para o lado e depois para o outro, optei por deixar a minha mão entrelaçada na dele...e aí ele quebrou de exaustão. Nesses minutos de silêncio dei por mim a pensar mais uma vez que me desculpei com a vida, com o trabalho, com o ritmo dos dias...sei que não é uma "desculpa" é a mais pura das verdades, mas caramba seria tudo bem mais fácil se nos pudessemos aproveitar mais destas criaturas, seria tudo mais benéfico se pudessemos escolher os horários e os dias em que podemos e queremos ir trabalhar...é minha missão prepará-lo para a realidade mas cá no fundo gostava que um dia ele pudesse não se desculpar com a vida...sinal de que ela mesma estava a mudar.

 

 

O dia que te "descobri"

Liliana Silva, 26.01.18

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Tenho poucas como esta...muito poucas por sinal ao contrario do que é suposto quando a gravidez deveria ser um estado de graça e felicidade extrema.


Pois comigo não... Tinha o sorriso no rosto mas o coração despedaçado e o medo era constante. Há 6 anos descobria que já fazias parte dos meus dias agitados...das minhas noites mal dormidas...das minhas lágrimas corridas a cada viagem e a cada regresso do hospital. Contra tudo e até mesmo contra mim foste crescendo. Conseguiste desenvolver-te num corpo que estava muito carregado de coisas tristes. Contra tudo e mesmo não acreditando conseguiste aguentar o meu mal estar físico e acima de tudo psicológico. Conseguiste evitar obstáculos como a minha tristeza,o meu mau feitio, as minhas dúvidas se deverias ou não existir. 


Mas tu já existias...tu já fazias parte de mim...tu já estavas a proteger-me de cair no abismo que a minha vida se tornou naquele ano. Foi por ti...e cada vez me convenço mais disso. 


Um dia saberás por mim que tive dúvidas...que chorei muito sozinha...que pus em causa muita coisa,única e simplesmente porque estava em queda acentuada. Única e simplesmente porque não conseguia aceitar que me estavam a tirar o ninho e a plantar o meu próprio. Única e simplesmente porque para mim, o verdadeiro amor não pode nem deve ter substitutos.
Há 6 anos que a jornada tem sido de crescimento...Há 6 anos que dia para dia acredito que és um Milagre na minha existência e há 6 anos que acredito que perdi parte do meu coração mas que a outra metade está com certeza muito mais rica. Sou-te eternamente grata por este crescimento pequeno principe T 

Deixem-se de merdas...já passou o natal e agora?!

Liliana Silva, 25.01.18

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Não fiquemos chocados...

É sempre tudo muito bonito mas continuamos a ser os mesmos complicados do costume.

Tentamos mandar "bitaites" sobre a vida dos outros mas não cuidamos da que está em casa.

Sabemos opinar o certo e o errado quando não conseguimos colocar em prática essa acção na nossa vida pessoal.

Queremos que os outros vejam a nossa grandeza mas esquecemos que lá no fundo não passamos de seres com medos, receios, objectivos e metas para alcançar.

É sempre tudo muito bonito, e a beleza daquela data aumenta ainda mais os sentimentos bons, as acções positivas e as experiências.

Ora deixem-se de merdas...

Porque naqueles dias como nos outros as coisas continuam iguais. Nestes dias como nos outros continuamos a ser complicados, continuamos a ser hipócritas, continuamos a dar opiniões sem fundamentos ou conhecimentos de causa. 

A época do Natal é isso mesmo, apenas uma data. Uma data que deveria ser vivida com a normalidade dos restantes dias do ano. Uma data que não deveria ser marcada por objectivos exacerbados e mariquices por demais.

Já passou o natal...o ano novo já deixou de o ser ao longo destes dias frios e solarengos de Janeiro...e o que ficou daquilo que foi a correria desmedida do mês passado? Quais foram as resoluções de ano novo que já conseguiram colocar em prática? 

A vida continua, e ainda bem que assim o é...lamentavelmente as pessoas pouco ou nada retêm das chamadas épocas especiais, nomeadamente épocas em que se apregoa o amor, a amizade, o companheirismo...porque apregoar fica muito aquém daquilo que praticamos no nosso quotidiano.

 A razão deste post? Não preciso de razão para descrever aquilo que por momentos me assola a alma e inquieta o coração.

 

Uma tarefa dificultada

Liliana Silva, 23.01.18

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Meu querido rebento, carne do meu corpo, sangue do meu coração...

 

Em tempos

Fizeram-me crer que te habituei mal quando te carregava ao colo para te acalmar

Fizeram-me crer que tinhas fome quando te alimentava com o meu leite

Fizeram-me crer que era stressada demais quando não dormias o suficiente

Hoje 

Dizem-me que te "faço mal" quando te deixo beber um sumo de quando em vez

Dizem-me que comeres um chocolate te irá tornar doente

Dizem-me que deves comer refeições completas e saudáveis, sem recorrer a estratégias

Dizem-me que não te devo entreter com um tablet ou um telemovel

Dizem-me que não deves habituar-te a dormir na nossa cama

Dizem-me que os castigos não servem para ensinar, que as palmadas são vilência excessiva, que temos até de frequentar cursos de parentalidade consciente para aprender a lidar com crianças

Dizem-me que o mimo em excesso te deixa "fragilizado"

Dizem-me que a nossa cumplicidade te irá deixar menos capaz de enfrentar o mundo lá fora

Dizem-me que "te prejudico" quando te tento proteger deste mundo ingrato

 

Mas sabes, nunca mo disseram nem dizem na minha cara. Nunca me chamaram para me "ensinar". Nunca me alertaram para me "ajudar". Nunca. A maneira como o fizeram foi intimidatória e a maneira como hoje o fazem é em modo crítico. 

Mas hoje mais do que ontem, e menos do que amanhã estou preparada para estes olhares "pistola" e para estas "saídas desnecessárias". Porque ser mãe é ingrato, mas ser mulher é ainda mais competitivo neste mundo onde tudo serve para disparar balas que deixam marcas para a vida. 

Descobri que tudo isto são tretas...e que o instinto materno ganha pontos extra a todas estas sugestões e reprovações.

Porque te escrevo isto? Para que saibas que cresci contigo. Para que saibas que preciso que me mostres o melhor de mim. Para que saibas que juntos somos mais fortes e que contigo e por ti vou até ao fim, ao meu fim e ao fim dos outros. Porque quem não vem por bem, fica onde está.

Ao meu pai...

Liliana Silva, 18.01.18

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Hoje paro!! Não para vos falar de mim...mas para vos falar Dele!! Do meu Homem Grande e do Grande Homem que é nas nossas vidas. E falo-vos dele porque sim...porque merece...porque é grande...lutador...amigo...companheiro...porque é daqueles que muitos conhecem "por fora" mas poucos saberão o que lá vai "por dentro". e falo-vos dele NÃO PORQUE HOJE SEJA O TEU ANIVERSÁRIO PORQUE NAO É...mas porque comemoramos a 18 de Janeiro a VIDA! Comemoramos as segundas chances...as novas oportunidades. falo-vos dele porque já passaram 14 anos desde que alguém "partiu" para lhe poder proporcionar uma nova chance de viver. E falo-vos dele porque as melhores homenagens são aquelas que fazemos em vida...são aquelas que podemos demonstrar com gestos, com palavras, com AMOR. E falo-vos dele porque me deram essa oportunidade...deram-me oportunidade de valorizar ainda mais os seres chamados de "pais" que cruzaram a minha vida! E falo-vos dele para que todos percebam que é mesmo GRANDE...e que é MEU PAI...o MEU HOMEM. Fal-vos dele para que saibam que hoje...em mais um ano brindaremos a tudo...ao amor...à cumplicidade...ao carinho...às conversas sérias...aos problemas graves...aos passeios...às viagens...brindaremos à VIDA. Love'u daddy

Super Nanny - A "Encantadora" de Crianças

Liliana Silva, 15.01.18

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Como se o tema da educação não fosse, por si só, já bastante complexo e polémico, lembrou-se a SIC de implementar em horário nobre uma programa que "avalia" esta temática de forma directa, real e muito incisiva, entrando pela casa das pessoas que assim o desejam e tentando por em prática um sem número de técnicas, tácticas e 

Creio que a comunidade no geral andava em pulgas para ver este novo formato de "reality show", na minha modesta opinião, e eu não fugi ao grupo. Os anúncios despertaram em mim a curiosidade e aguçaram a vontade de assistir a este primeiro episódio.

Dei por mim a pegar num lápis e numa folha e a tirar apontamentos (não que quisesse colocar alguma ideia em prática) mas para poder "avaliar" tudo com o maior discernimento possível. Estava o programa nos cinco minutos iniciais e já o "engenheiro" da casa me dizia "isto quase me parece o Cesar Millan, aquele o encantador de cães". Na minha perplexidade com aquela afirmação sem nexo de conhecimento abstraí-me do contúdo daquela frase e continuei a assistir. Diga-se que ele colocou os auriculares e foi à vidinha virtual dele, dado que se incomodou com o espéctaculo inicial. 

E agora me confesso: só assiti até ao final porque queria mesmo escrever sobre isto, porque a dada altura dei por mim a entrar num conflito interior de tal forma elevado, que tremia sempre que ouvia aquela criança chorar. Ora pois bem, depois de já muito se ter escrito em menos de 24h sobre o tema, apraz-me apenas 3 situações:

1. O que estamos a analisar é única e exclusivamente um programa de TV, e como tal "chocou-me" a exposição que é feita da família e sobretudo da criança. Grande e crucial ponto de toda esta polémica. É do bom senso comum que se há problemas, e todas as famílias os têm, o melhor sítio para os resolver é no centro do problema, quanto muito com recurso a profissionais capazes e adequados a este tipo de situações, e aqui falamos de psicólogos, terapeutas, pessoas que acompanham os casos mais do que dois dias (foi o tempo que percebi que a senhora em causa esteve na casa desta família) e que sabem gerir tanto as emoções de pais, mães e educadores no geral. São as pessoas mais capacitadas para ajudar e aquelas que estando de fora melhor conseguem resultados práticos e pretendidos por todos.

2. Aquilo que foi posto em prática pela senhora em questão e denominada de Super Nanny, tem em traços aprofundados a mesma intenção que a mãe, quando uma faz a referida "chantagem" e a outra a referida "recompensa". Encher aquele mealheiro por boas acções e daí advir uma "prenda" parece-me uma "chantagem" encapuzada. A criança, com o conhecimento de regras, deverá, ao longo do tempo perceber as suas rotinas e não fazê-las com um certo interesse camuflado. Valeu pelo menos a questão das palmadas que, pelo que percebi não é adepta e não resolve os problemas com o sofrimento físico e imediato da criança. Gostei particularmente da tabela com as tarefas de mãe e filha, uma maneira de interacção entre as duas e que lhes permite até, numa situação mais aprofundada, trocar ideias sobre como resolver as tarefas melhor e mais rápido para que possam aproveitar o tempo restante a fazer as coisas que cada um gosta mais de fazer (isto tudo tendo em conta a idade da pequena Margarida e das limitações físicas que daí advém).

3. Não gostei de todo do "banco da pausa". Eu que já coloquei o meu filho a "pensar" como mais vulgarmente agora se diz, percebi que não é afastado dos restantes membros da casa, num canto ou mesmo virado para a parede que a criança apreende o que quer que seja. Se queremos que eles acalmem e se restabeleçam, sentamo-nos ao lado deles e ficamos ali até que o gelo quebre e eles falem sobre o assunto. Nunca em momento algum, colocar uma criança em histeria total, confinada a um banco ou a um espaço delimitado vai fazer com que se acalme. Basta para isso pensarem em vocês mesmos, adultos quando têm um problema para resolver, o que mais apetece é gesticular, gritar ou aos mais comedidos andar de um lado para o outro para descarregar tenções.

Agora há outros pontos que é necessário reflectir, o sofrimento desta família, o facto de haver "contrapartidas" em expor assim estes casos, e quando falo em contrapartidas falo mesmo em pagar a estas famílias para que exponham estas situações nestes moldes, e um assunto bem mais inquietante, que por acaso uma leitora ontem me fez pensar, e que hoje já veio a público é a intervenção da CPCJ em relação a programas deste teor e com esta capacidade de gerar nas crianças e famílias, "danos" imediatos na sociedade em que estão inseridos.

Em suma e numa frase, a única coisa que me apraz dizer sobre este formato e sobre o programa em si é que continuamos a pensar muito com a cabeça e a colocar muito pouco coração na relação com os outros, mesmo que os outros sejam seres indefesos e que necessitam que os ajudemos a construir a sua identidade e formação na base da serenidade e cumplicidade em que este mundo já não sabe viver.

Esta é a minha humilde opinião, assente naquilo que considero ser o meu crescimento enquanto mãe. Sei que haverá outras tantas mães a pensar de forma diferente, mas é aqui que reside a nossa força e diferença: na capacidade procurar soluções válidas, concretas e com o menor sentimento de dor para as nossas crias. Não critico jamais o apelo desta mãe, e muito menos porque "só sabe do convento quem lá vive dentro", mas tenho a noção que deverá existir outra forma de pedir ajuda e de se fazer ouvir. Não queremos adultos deprimidos assim como não queremos crianças mal educadas, basta saber que isto das emoções, dos 8 aos 80 são complexas e necessitam em alguns casos de ajuda extra, sem holofotes ou luzes da ribalta.

 

A camisola da discórdia

Liliana Silva, 12.01.18

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Entrei nesta "não notícia" por acaso. Entrei nesta "informação sem formação" sem qualquer tipo de opinião formada. Creio até que abri o link única e exclusivamente porque adorei aquele menino e achei piada à camisola. Assim simples e directa. E acho, sem qualquer sombra de dúvida que foi isto que faltou a muitos outros leitores, seguidores e compradores. É impossivel que uma marca conceituada como a H&M tenha tomado esta posição com o propósito de manchar as crianças negras ou os macacos da selva. 

Pensei realmente se valeria a pena escrever sobre isto, mas a verdade é que os dias têm adensado as mil e uma opiniões sobre o assunto e claro está, vi-me na obrigação de dar o meu parecer quanto a isto, que sublinho para mim ser um "não tema" e um "não assunto".

"Coolest monkey in the jungle" incendiou as redes sociais e a marca optou mesmo por tirar o anúncio do site, pedindo desculpas pelo sucedido...

Ora vejamos bem meus amigos...pedir desculpa?! Quem deveria pedir desculpa é um sem número de pessoas mal formadas, que são bem capazes de bater no peito inchado que têm e apregoar aos 4 cantos do mundo que são contra as diferenças raciais, e que no entanto vêm para a praça pública destilar o veneno de uma língua afiada sobre o certo e errado da vida comum. Discriminação racial por uma sweat que contém um termo tão típico que muitos de nós apelidamos às nossas crianças é de gente que não pode ver muito para além do horizonte e das coisas que realmente fazem sentido. Sinceramente incomoda-me que haja pessoas assim, incomoda-me que o meu filho cresça no centro de gente que faz de tudo para que este mundo não se erga, não se desenvolva e não evolua. Incomoda-me saber que por estas farpas lançadas sem nexo continuemos a ir ao encontro de muros que não se conseguem quebrar, a barreiras que não se conseguem deitar abaixo. Incomoda-me e deixa-me fula, e mais negra ainda quando a comunicação social adensa estes assuntos da forma mais oportuna para criar escândalo e 

Abram por favor as vossas mentalidades pequeninas e percebam que se queremos igualdade temos de uma vez por todas saber quais os moldes para que isso aconteça. Se não queremos discriminação racial teremos de uma vez por todas perceber que o mais importante é a máquina que bate dentro de nós, e isso meus amigos é igual para todos. 

Eu acredito que quando as pessoas perceberem que não há tema a discutir no que toca a desigualdades vamos todos ser um pouco mais felizes.

Por aqui temos a sorte do pequeno príncipe T ter ao seu redor, desde muito pequenino, meninos iguais a ele mesmo, que apesar das "desigualdades externas", como cor, diferenças na motricidade ou no desenvolvimento cognitivo (crianças portadoras de deficiências gerais) trazem no peito aquilo que ele próprio tem: vontade de ser feliz. Porque crianças preconceituosas serão com certeza adultos preconceituosos e isso por aqui não reina, porque nem sequer chega a ser assunto.  

* À minha pessoa luz *

Liliana Silva, 08.01.18

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Dizem que temos sempre que nos agarrar a algo ou alguém nesta vida ingrata. Dizem que devemos ter uma âncora, uma árvore com ramos grandes onde passamos descansar do sol. Dizem que há determinadas coisas ou pessoas que nos encorajam, que nos fazem seguir em frente. Tudo em prol de uma caminhada mais leve, menos turbulenta, mais feliz e mais sorridente.

Não é de todo o meu agrado colocar-te este "peso" nos ombros. Não quero de todo que isto te faça seguir por caminhos diferentes. Não é minha vontade que a luz que representas na minha vida te faça apagar a tua própria luz.

Quero apenas que saibas que fazes parte do meu ser, que sobrevivi e sobrevivo ainda hoje porque te colocaram no meu caminho, porque me deram esta tão gloriosa tarefa . Ser tua mãe foi a melhor profissão que algum dia me poderiam ter dado. É o meu melhor trabalho. É onde mais erro, mas também onde mais aprendo. E só por tal te tornaste na minha pessoa luz.

Tu sabes como me desafiar, como me provocar, como me dar choques de adrenalina. Houve momentos em que deixei de pensar em mim, houve momentos que me desleixei e nesses momentos percebi que não era o caminho certo e a tua luz fez-me entender isso mesmo.

Quando estou cansada, desanimada, desorientada é a ti que me agarro, é para ti que olho, é em ti que me amparo e sigo a tua luz para que o túnel se torne menos sombrio.

Não te sintas pressionado, envergonhado, não te sintas "violentado" por teres esta capacidade brutal de me espevitar, de me colocar lá bem no alto, de me fazeres perceber que isto tem sem dúvida mais sentido desde que sou mãe.

Terminadas que estão as comemorações com a passagem do dia de reis, eu continuo a ter a tua energia e a tua vontade de que todos os dias sejam de festa, onde a sala se torna sempre num autêntico palco de espectáculos e magia. Venham de lá os dias, aqueles que sabemos não ser perfeitos mas que nos permitem VIVER, sempre com a luz dos teus olhos e o meu corção iluminado por ti. 

 

 

Desculpa!

Liliana Silva, 05.01.18

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Quando fazem asneira, quando erram, quando gritam com alguém sem razão como procedem? E quando esses erros são directamente com os nossos filhos?

Ontem errei, exaltei-me e falei alto. Quando respirei fundo percebi que estava "cega" pelo stress e ritmo que a vida nos impõe e abrandei... Respirei fundo... Estava na hora de o ir deitar... A criatura que jantou em casa do avô por motivos de força maior, diz que tem fome e não quer ir para a cama. Já estou eu a bufar mas peço ao pai calmamente que prepare uma caneca de leite e um pão de leite com manteiga...

Vindos do banho, no sofá está um tabuleiro para ele comer enquanto se aquece e ouço o pai dizer-lhe para ter cuidado e não entornar o leite...

Nem um minuto passa e entro na sala e só vejo em câmara lenta o tabuleiro a virar e o leite a tombar...

Encho-me de calores...deito a mão à caneca e safo a situação com pouco menos de metade do leite espalhado no sofá Gritei e fiz olhar fixo...intimidei-o e ele começou a "limpar" os olhos e a fazer beicinho...

Parei, limpei a sujidade...e sentei-me ao lado dele... Ele queria falar, talvez justificar-se...e eu decido passar-lhe a mão pela face e de lá sai apenas um "foi sem querer".

E daqui saiu apenas um "eu sei, por isso te peço desculpa ter gritado contigo. Percebi que não tiveste culpa e que eu devia estar aqui ao teu lado ". De lá saiu um "não te preocupes eu desculpo".

Por aqui ficou um aperto no peito e a certeza que devemos sempre pedir desculpa quando percebemos que erramos, mesmo quando falamos de um mini que relativiza as coisas ao máximo. Creio que me desculpa genuinamente e que guardará na memória as falhas colmatadas da mamã que também erra.

 

O dérbi do sossego

Liliana Silva, 04.01.18

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Ontem o meu dérbi jogou-se entre a manta e o sofá... Ontem decidi que ficaria "imobilizada" por tempo determinado (90minutos de um frenético jogo de futebol) Ontem a bola rolou sempre a meu favor e o resultado favoreceu a minha mente e o meu corpo. De quando em vez devia haver dérbis... Ontem o Eng. da casa saiu para ver o jogo Ontem deitei o miúdo a horas decentes porque as rotinas já voltaram Ontem ele adormeceu sem rabujar porque estava KO do regresso à escolinha E ontem consegui deitar este meu corpinho no chaise long cá do sítio , enrolar a mantinha polar ao corpo e encolher os joelhos até ao peito formando uma perfeita "bola". E ontem consegui sentir a calma e desfrutar do silêncio deste meu T3. E que bem que me soube aquele silêncio, aquela tranquilidade e aquele relaxe. Ontem a minha mente divagou, o meu corpo amoleceu e a minha energia carregou até a um nível há muito desconhecido. Ontem poderia ter escrito mais um par de páginas do meu livro, poderia ter colocado a leitura em dia ou ainda passado a ferro a roupa da semana... Mas ontem o dérbi por aqui jogou-se parada...e eu fui sem dúvida a grande vencedora.

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