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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

I'm not perfect

Liliana Silva, 28.02.18

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Umas  dizem que nasceram para isto

Outras recusam-se a passar pela experiência 

Muitas ainda no seu confessionário interior arrependem-se de dar este passo

E eu?! Bem eu continuo na incerteza de muita coisa porque ser mãe tem tudo menos definição.

E se há dias em que se é a 100%, outros há que já não temos tanta força, coragem, paciência, chamem-lhe o que quiserem, para o ser e há também os dias em que simplesmente não deveríamos desempenhar esta função. Por vários motivos, por várias circunstâncias, por muitas condicionantes... chamem-me louca ou lá k que isto possa ser mas há dias em que muito fica a desejar para tamanhas expectativas que colocamos em nós próprias enquanto mães. 

Ontem não o fui a 100%...o cansaço, a exaustão, o mau estar físico fez-me desenrascar "a coisa", logo eu que detesto coisas "desenrascadas". A história foi contada sem pausas, o aconchego meio à pressa e na hora da despedida falhou-me o abraço forte e firme.

Ele reclamou, e eu mandei-o dar a mão ao boneco...(estupidez a minha)

Ele reclamou dizendo que a boneca dele era eu porque só eu era querida e quentinha 

Ele reclamou e eu despertei...não atingi os 100% mas o click interior deu-se...abri o coração e esqueci o meu cansaço e a vontade de me esticar no sofá a respirar o silêncio...ele só queria a minha mão e eu deixei-me ficar na certeza que só ao seu lado a minha alma consegue efectivamente descansar.

 

Sobre a Vida...

Liliana Silva, 22.02.18

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Perdi-me nos dias e na capacidade de escrever o que por aqui se ia sentindo. E são sentimentos pessoais, materno-familiares que me deixam à beira de um ataque de nervos. 

Ontem deitei-me com mais um peso no coração e a alma em rebuliço.

As coisas acontecem mesmo sem que nos apercebamos que elas podem mudar e só aí tomamos consciência do que realmente "não somos".

E deitei-me com medos acrescidos que nunca vou conseguir controlar. Medo por tudo e por todos, mas principalmente medo por não conseguir controlar o que a vida tem reservado no bolso para cada um de nós. E dei por mim a divagar, a exagerar, a criar paranóias que não consigo amenizar no momento.

As idas a Coimbra são sempre extenuantes, quer pela carga emotiva, pela envolvência do sítio, pelas pessoas que connosco se cruzam. E ontem senti aquela sala de espera particularmente fria, desprovida de alma, vazia de sentimentos. Ali sentia-se única e exclusivamente o sentido da sobrevivência. Ali ouvia-se apenas o ruído da porta que batia sempre que uma rajada de vento mais forte se fazia sentir e as despedidas dos utentes que uns para os outros desejavam todos o mesmo...as melhoras e dias melhores.

E é assim há já 14 anos, mas ontem particularmente senti-me perdida no espaço e no tempo. O único pensamento na altura era de querer que as coisas tivessem melhorado e que tudo estivesse minimamente estabilizado e a minha única função ali é e será sempre não deixar que a ansiedade e o medo tomem conta dele. Mas ontem fui eu que me deixei afectar, caramba...sei que não consigo prever, que não consigo fazer mais, que não está nas minhas mãos curar, mas ontem a veia maternal estava carregada no máximo e os pensamentos em nada abundam ao meu sentido mais prático da coisa. E não cheguei a nenhuma conclusão científica, não tirei partido de nada ali, não trouxe nada de novo para além de nova ida que assim será sempre, mas vim novamente com a certeza que o universo emana sentimentos e vivências que nos marcam e que nos moldam. Dizer que aprendemos com os erros é uma treta. Achar que ficamos mais fortes com as quedas que damos é mentira. Pensar que não iremos cometer o mesmo erro duas vezes não será bem assim. Somos seres humanos capazes do imprevísivel e a única coisa que nunca nos podemos esquecer é que num instante esta vida pela qual lutamos não é nossa. Mesmo que eu tenha o maior coração do mundo e a melhor boa vontade não consigo mudar o que à partida já está tão pré-destinado...a vida minha gente é para ser vivida. Só vivida e não pensada. Porque demoramos demasiado tempo a pensar como fazer e o que fazer, quando na verdade a resposta está única e exclusivamente na nossa acção imediata.

 

 

 

A vocês...crianças sem culpa

Liliana Silva, 15.02.18

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Hoje a manhã acordou chuvosa, fria, farrusca...

Hoje de manhã o despertador tocou e nós paramos, e adormecemos, e acordamos sobressaltados...

Hoje a manhã tornou-se em mais um dia de correria desenfreada para conseguir cumprir tempos, para conseguir chegar a horas e tu só querias brincadeira e ronha. Querias aquela paz que em muitos dias te consigo dar, mas que hoje não me foi possível. A custo, a rabujar, a fazer cara de mau lá consegui que fosses ajudando às tarefas diárias.

E tu dizias-me que estavas cansado, que querias ficar em casa, que não querias ir para a rua com este frio e esta chuva. E aqui a adulta com compromissos não te pode dizer que sim, impõe-te uma rotina necessária e daquela linha não podemos sair.

Agora, ao teclado do meu computador do trabalho dou um suspiro, um ai profundo que me faz pensar em tudo o que sempre penso, nas correrias desenfreadas, nas manhãs atribuladas, nas respostas às vezes menos próprias no "calor" do momento. Olho o calendário e o coração bate mais forte. Abro as redes sociais e percebo que este dia é de luta. É apenas mais um dia, mas que sirva para conscencializar, para chamar a atenção deste flagelo, para fazer crer que o cancro infantil existe e que atinge milhares de seres indefesos que a cada dia que passam se tornam mais frágeis.

Agora, sentada e com as letras debaixo dos dedos perco-me no horizonte da rua, e culpo-me por esta sociedade tão cheia de regras, por este mundo sempre tão atarefado, por estas pessoas que olham o relógio e o seguem religiosamente, e culpo-me por ser mais uma delas. Culpo-me porque não tenho a capacidade de desafiar estas regras, estes horários e este stress que me entra corpo e mente dentro sem que dele me aperceba.

Vivemos na corda bamba e nem reparamos bem no que isso se poderá tornar se nos desequilibramos. Vivemos em constante disputa com o tudo que se pode tornar a qualquer momento no nada.

Hoje e porque os dias merecem mesmo ser aproveitados vou dar-te aquele copo de sumo que me pedes quase todos os dias ao jantar, vou deixar-te ouvir a música em tom mais alto, vou deixar que durmas na minha cama e vou fazer questão de me agarrar a ti e dormirmos juntos. Hoje vou tentar registar mais uma vez no coração mas sobretudo na mente que a vida é uma estrada sem sinais de trânsito e somos nós que temos de ter a noção do que queremos para o nosso caminho. Hoje e espero que em muitos dos nossos dias juntos eu possa ter a capacidade de te deixar andar ao ritmo da criança saudável que és.

Porque enquanto tu me pedes coisas tão básicas e típicas da criança que és, há outras tantas que pedem apenas que as deixem de picar, que não lhes cortem os poucos tufos de cabelo que ainda lhes resta, que não tenham de passar os dias em quartos isolados de tudo e todos os que lhes são mais queridos. Há outras tantas que tiveram de trocar os corredoras das escolas por corredores de hopitais e os livros por sacos de quimioterapia que aos poucos os queimam por dentro.

Hoje e sempre príncipe meu que eu tenha a capacidade de saber que podes e deves ser apenas criança.    

 

 

 

Falar de Amor

Liliana Silva, 14.02.18

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Diria eu que falar de amor é fácil...

Diria eu que sentir o amor é simples...

Diria eu que viver o amor é permanente...

Só que não...

Não é fácil, nem simples e muito menos permanente.

Chamem-me louca, chamem-me rídicula, chamem-me alucianda...mas aqui tento viver este sentimento o melhor que sei, com as ferramentas que tenho com a certeza que não são tudo rosas nem corações vermelhos. Aqui tento viver esta "ilusão" com capacidade de discernimento e com a certeza que dou o melhor de mim, mesmo que tudo isto às vezes me traga dissabores de momentos menos expectáveis.

Amar para mim é há seis anos atrás ter entrado com a minha mãe num Centro de Cuidados Paliativos,não ter certezas de muito mas acreditar que agir assim era o maior amor que lhe poderia ter.

Amar para mim é continuar a acompanhar o meu pai nas consultas de rotina, mesmo quando sei que muito não posso fazer mas acreditando sempre que a minha presença ameniza em muito os seus dias menos bons.

Amar para mim é dar-me por completo e sentir que nunca sou correspondida na totalidade daquilo que dou, única e simplesmente porque amor nunca é suficiente e nunca me contento, porque nunca o consigo manter apertado o sufiente...porque o amor é livre. O marido-colorido saberá do que falo.

Amar para mim é querer continuar a ser a eterna namorada deste pequeno príncipe T, sabendo de antemão que um dia este amor já não carregará a mesma força, porque também o amor dele vai percorrer outros caminhos.

Achar que a vida não faz sentido sem os pilares que escolhemos para amar não é de todo exagerado. Se somos quem somos em muito se deve ao amor que recebemos e que conseguimos transmitir. Só assim isto faz realmente mais sentido. Sou dedicada aos que escolhi para trazer junto ao peito. Amo-vos do meu jeito confuso, do meu jeito trapalhão, do meu jeito ciumenta, do meu jeito mandona, do meu jeito 

Mas acreditem sempre que este meu "jeito" é o maior sentimento que alguma vez sentirei por alguém. Acreditem sempre que este meu "jeito" dá-vos lugar de destaque no meu coração tão cheio de sentimentos adversos.

* FELIZ DIA DO AMOR * AQUELE QUE É VIVIDO TODOS OS DIAS 

 

Virei palhaça nas tuas mãos!!

Liliana Silva, 13.02.18

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Estão vocês a pensar que com este título a coisa descambou a sério e vou queixar-me "à fartazana" de alguém ou de qualquer coisa...

Estão vocês a achar que rebentou a bolha da minha boa vontade e da minha simpatia peculiar...

Não fiquem preocupados...porque tudo tem o seu lado bom e este é com certeza dos melhores.

Está aí a rebentar o mês de Fevereiro, mês de confetis, serpentinas, partidas sem graça...está aí o carnaval.

Ora vamos lá conversar sobre esta data que fez muito sentido na minha infância, deixou de o fazer quando virei adolescente e agora adulta e que voltou a ganhar terreno com a chegada do mananeco.

Tive uma infância de ouro, sempre fui muito mimada, sempre tive (a muito custo eu sei) muitas das coisas que queria e fui privilegiada em muitos outros aspectos da minha vida de criança. O carnaval não era excepção e apesar das dificuldades financeiras, tinha em casa umas mãos de fada que me fez o vestido de princesa que eu tanto queria, que conseguiu arranjar emprestado o fato de Dartacao que meti na cabeça querer ou a indumentária da pierrot que na altura tanto se usava. Não faltou, está claro o fato de palhaço ou chinesa que também conseguiram arranjar. E eu gostava daquela altura, como qualquer criança vibrava com a época e todos os anos era uma verdadeira alegria. Sabem até o trabalho a que se dava a minha mãe? De guardar todos os papelinhos do furador do trabalho para poder deitar pelas ruas fora...ora digam lá se já na altura não me faziam sonhar alto e acreditar que tudo é possível?

Com a chegada da adolescência a coisa corta-se...e passa a ser tudo ambiente de criança...a magia deixa de fazer sentido porque se queremos ser grandes temos de nos deixar de palhaçadas...e quer queiramos ou não isto de "brincar ao carnaval" perde-se com o tempo...

Eis que surge um pequeno ser que me faz reviver tudo novamente, que me faz voltar a vibrar com as épocas do ano, que até me faz guardar os papelinhos do furador para que tenha ainda mais animação...ele chegou e com ele veio esta minha veia à muito escondida pela idade. Por aqui já tivemos um pirata, um Robin dos Bosques, um Homem-aranha e uma divertido palhaço contente. Só não o vesti ainda bebe (e já me arrependi profundamente disso) porque ainda andava na altura de me reorganizar mentalmente. Vamos para o quinto ano consecutivo...já temos disfarce e adivinhem? Este ano até eu estou a ponderar seriamente arranjar um fato para viver com ele esta animação. Louca?! Maybe...mas a verdade é que com ele voltei a reviver momentos felizes e por ele tornei-me mesmo numa verdadeira palhaça...provas disto? Não queiram assistir a certas figuras lá do nosso T3 porque iam ter razões mais que suficientes para gargalhar com muita vontade.

E por aí? Como festejam esta altura do ano? Ou simplesmente não vos diz nada?

Carta à minha amiga...foi mãe há um par de horas ;)

Liliana Silva, 08.02.18

 

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Querida amiga:

Hoje é sem dúvida o dia mais especial e bonito da tua vida, saberás isso a partir de agora e viverás com este dia e com as emoções que dele vieram para o resto das vossas vidas.

Hoje o calendário marcará o dia, a hora, os instantes, os ruídos, o choro, a força e a garra...

Hoje, dia frio mas solarengo a princesa decidiu vir conhecer este nosso mundo e para ela e para ti tenho umas pequenas palavras que espero te possam acompanhar nos dias bons mas sobretudo nos dias em que duvidares de algo (porque haverá muito dias assim...)

Lembra-te do essencial: a mãe és tu, a cria é tua!

Lembra-te que não és má mãe se não puderes amamamentar

Lembra-te que não és má mãe se não conseguires segurar bem a cabeça dela

Lembra-te que não és má mãe se a primeira, segunda ou terceira fralda não ficarem bem colocadas

Lembra-te que não és má mãe se no primeiro banho te falhar a mão

Lembra-te que não és má mãe se ela não conseguir pegar na tua maminha sem ajuda nas primeiras vezes desta aventura

Sabes, nem todos os cursos do mundo nos preparam para a realidade. Porque a realidade não se baseia num boneco nenuco que manobramos a bom sabor.

Sabes, nem todas as opiniões de fora estarão correctas, e muitas vezes só chegam para gerar ainda mais confusão.

Sabes, a partir de hoje terás a sensação de inquietação no peito, a sensação de não estares a dar tudo, a sensação de que tudo poderia ser melhor...

Duvidarás? Terás medo? Vais vacilar, tremer, chorar, desesperar e errar.

A partir de hoje és MÃE e vais perceber que tens um novo coração a bater fora do teu peito e isso minha querida amiga não se controla. Podemos controlar o tempo, as nossas acções, podemos esconder muitos sentimentos...jamais o amor por um filho se calará. Jamais as sensações que vais trazer no peito e na alma pela tua menina poderão ser sufocadas ou amenizadas.

E sabes?! Aproveita muito...muito...bem ou mal...aproveita porque esta é a tua maior e melhor profissão. Aproveita porque ser Mãe é um dom que Deus nos dá. Aproveita porque ter um filho sossegará sempre a tua maior dor.

Estarei sempre aqui minha querida...como sempre e para sempre, agora em dose dupla de abraços e mimos, porque ela também é um pouco minha

Os curtos meses deste espaço público e pessoal

Liliana Silva, 06.02.18

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Continuo com muito para dizer e escrever, continuo com as ideias a fervilhar, continuo com projectos por concretizar...

Continuo a falar com a emoção e a sentir com o coração...

Não me tornei famosa, nem blogger do ano (ahahaha)

Não me deixei iludir com este projecto e sinto que a cada dia que passa a sensação de o reconhecer é muito mais importante que qualquer "contrato comercial".

Criei este espaço com o intuito de partilhar os meus sentimentos e as aventuras vividas com o mini cá de casa. Criei este espaço para que um dia mais tarde ele possa folhear estas páginas digitais e se possa recordar das maluquices que a mãe fez e faz por ele e com ele. Criei este espaço em forma de diário público, sem manias e muito menos sem opiniões extremadas sobre qualquer tipo de assunto. Criei este blog para que percebam que as "gentes do interior" também consegue grandes feitos e não pode nem deve ficar esquecido na "santa terrinha". 

E nestes primeiros meses do projecto, dou-vos a conhecer 6 factos com os quais me identifico e quero que conheçam:

 

1. Não quero com este espaço tornar-me numa pessoa conhecida. Gosto sobretudo que se riam, sorriam, chorem com as minhas palavras e soltem gargalhadas com as traquinices do mini. Faço isto para que sintam as emoções do dia-a-dia.

2. Não sou nenhuma bloguer, não sei sequer quais as "directrizes" para o ser, não tenho milhares de seguidores...se um dia isso acontecer, gostarei?! Sim vou gostar única e exclusivamente porque sei que em nenhuma casa, em nenhum lar, em nenhuma família as coisas são perfeitas e aqui percebem isso mesmo. Se é uma ambição desmedida? Claramente que não.

3. Desengane-se quem acha que pretendo imitar, copiar ou ser parecida a muitas outras bloguers ou pessoas que escrevem nos blogues. Os termos que aqui usamos para chamar o miúdo, para tratar o marido, para me apelidar a mim própria não são meus nem são de ninguém, são universais. Provavelmente em muitas das vossas casas estes nomes soam familiar...porque cada um de nós é único mas no fim vivemos numa sociedade global que nos permite adoptar apelidos e alcunhas de acordo com o que é o nosso "intímo e a nossa privacidade".

4. Não apareço com o pequeno príncipe T em inaugurações de lojas, não faço capas de revistas, não nos oferecem as últimas novidades em brinquedos e tecnologias para que possamos analisar e divulgar, mas será isso o mais importante deste projecto? Sem dúvida que não. O objectivo inicial está a cumprir-se...um dia "vais-te passar" com o que a mãe disse e fez "de ti" (meddoooooo ahahaha).

5. Faço isto de coração. Não o faço por vocês, faço-o por mim e para mim. É um escape e se este escape permitir abranger mais pessoas e torná-las mais "felizes" que assim seja sempre.

6. Quero publicar um livro, não sobre este tema e sobre esta aventura, mas igualmente enternecedor e característico desta minha maneira de levar a vida...está aí 2018...só preciso de força para o terminar.

E quero deixar-vos uma nota de rodapé que há dias retive de um blogue com as mesmas caracteristicas...tenho tido um feedback muito positivo, as pessoas chamam-me na rua para dar os parabéns, para contar as peripécias que surgiram com as cantorias do pequeno principe T, e muitas delas, em off, acabam por dizer que se revêm em muitas das palavras que por aqui vou largando. O pedido que vos faço?? É que façam este espaço crescer. Coloquem like nos artigos quando assim é o vosso desejo (para mim enquanto autora deste projecto é muito importante saber que estou a "chegar" às pessoas), partilhem sempre que acharem que estas nossas vivências podem ajudar outros pais e mães, divulguem a página e o blogue... Aqui rimos e choramos, aqui explodimos e amenizamos, aqui nem tudo é certo ou errado.

Destes curtos meses retenho o essencial: o carinho com que temos sido recebidos e os sorrisos que temos deixado cada vez que se fala no pequeno príncipe T.

 

OBRIGADA

O Cancro levou-a mas não a matou...

Liliana Silva, 04.02.18

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Perdoem-me muitos...mas hoje é dia de coisas menos agradáveis...hoje para além do dis dos amigos é dia Mundial da Luta contra o cancro, e por aqui temos de vos dar a conhecer esta senhora. Hoje o texto é sobre a filha e não sobre a mãe que sou.

Esta é a Maria...a MINHA MARIA! E não podia passar este dia sem que dela me lembrasse...como todos os dias,minutos ou segundos! A minha Maria não resistiu ao Cancro...foi uma guerreira...mas como muitos guerreiros tambem mereceu bem o seu descanso. Hoje e mais uma vez porque ela merece,não podia deixar passar sem que muitos percebam o quanto esta grande senhora lutou e se esforçou para viver! Muitos dirão que o maldito bicho a venceu...eu continuo a acreditar no contrário...ela sim conseguiu mostrar a este "inferno" que esteve cá para dar luta e nunca baixou os braços! Mesmo até quando poucos acreditavam,ela tinha este sorriso sem medida e dizia "eu estou bem"!

Sei que já muitos conhecem a "Minha Maria"...sei que muitos tiveram o privilégio de privar com ela...de ver o seu sorriso...de sentir as suas mãos macias...de ouvir as suas palavras sempre tão sábias.
Sei que muitos conhecem um pouco da sua e da nossa história e sei até que alguns cruzaram o nosso caminho quando ele já estava a ficar estreito...muito estreito!
Mas sabem uma coisa?!? Quero voltar a relembrar o seu rosto...quero mostrar vos o rosto de quem nunca baixou os braços,de quem nunca ouvi um "tenho medo" ou um "não vou conseguir"! Nunca em momento algum senti fragilidade na luta contra aquele bicho que aos poucos a levava. Nunca em momento algum senti hesitação em saber mais, em inteirar se de tudo,em preocupar se com todos! Nunca em momento algum me senti sozinha com esta senhora...A MINHA MARIA...A MINHA FORÇA DA NATUREZA.
E quero relembrar vos o rosto...porque hoje o dia é de homenagear os que lutam e os que lutaram...hoje é dia de mostrar ao mundo que podemos ser fracos de corpo mas lutadores com a alma cheia de esperança. Hoje o dia é de luta...como todos os outros e por isso acredito que com AMOR juntos somos sempre mais fortes e juntos conseguimos o impossível...vencer o cancro seja qual for o destino final da matéria (corpo)!

Como a minha Maria há muitas mais...maria,joão,rui,ana,beatriz,afonso...muitos...mas esta é A MINHA MARIA! E hoje mais uma vez quero que todos a recordem como a mulher coragem que sempre foi...mesmo quando há 6 anos atras, e ironia do destino, fui chamada a ouvir o impensavel para mim...que teria de a abraçar e beijar todos os dias,mais e mais....porque o fim estava proximo! À minha MÃE MARIA o meu muito obrigada por me ter mostrado o verdadeiro sentido de luta e preserverança pela vida!

O cancro levou-a, mas não a matou na nossa vida muito menos no nosso coração.

Dia Mundial da Luta contra o Cancro

Fui cuidar de mim

Liliana Silva, 01.02.18

 

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Ontem não te preparei o jantar

Ontem não te vesti o pijama

Ontem não te ajudei a lavar os dentes 

Ontem não te contei a história 

Ontem não te aninhei na cama e não te dei as boas noites...

Foi ontem...das raras vezes que isso aconteceu...foi ontem e o aperto no peito ainda se sente. E eu ressenti-me...e eu senti-me estranha... e eu ainda estou a pensar como será daqui para a frente...

Mas sabes pequeno Príncipe meu...chegou a altura de também cuidar um pouco de mim...da minha alma e do meu corpo. Um dia vais perceber que estás e estarás sempre em primeiro plano na minha vida...mas hoje quero que saibas que me esqueci muito de mim nestes últimos anos e decidi que se eu estiver bem tu estarás sempre melhor. Portanto e porque sacrifícios também são precisos, haverá noites que não conseguirei tratar-te tão de perto mas levo-te no coração e regresso a casa com a certeza que irei mais leve e mais solta, menos preocupada e stressada. 

Regresso a casa para te aconchegar os lençóis e para te sussurrar ao ouvido o "dorme bem amo te muito" isso nunca te faltará. Tudo o resto estás bem entregue e este pequeno "desapego" só servirá para fortalecer ainda mais aquilo que nos une.