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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

Eutanásia: sim ou não?

Liliana Silva, 29.05.18

 

 

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É apenas a minha humilde opinião. O parecer de quem já conviveu de perto com tudo o que envolve a morte e de tudo o que é feito para minimizar a dor de quem sofre horrores às mãos de doenças impensáveis e insuportáveis.

A primeira noção que temos de ter sobre o assunto e antes de nos pronunciarmos sobre tamanho tema é ter a certeza que Portugal não está preparado para quem está a morrer! Ponto acente e sem qualquer tipo de dúvidas! Portugal não tem capacidades técnicas, tecnológicas, meios humanos e físicos para quem está a "definhar" com uma doença sem cura. Portugal não pode nunca contornar este assunto da morte medicamente assistida com a desculpa que os cuidados paliativos devem servir as pessoas que estão simplesmente a aguardar pelos seus últimos dias de vida. Não há cuidados paliativos suficientes neste momento para dar resposta a todos. Não há e disso sei do que falo por experiência própria! Neste momento as camas dos paliativos chegam a conta gotas e a lista de espera para cada uma destas unidades é uma loucura insana. 

Estou certa e crente que é um tema bastante polémico por tudo o que engloba, por todas as crenças, por todos os prós e contras. Não é de ânimo leve que trago este assunto para um espaço onde escrevo maioritariamente sobre coisas agradáveis. A prática da eutanásia será hoje discutida no Parlamento e eu senti necessidade de escrever isto porque senti necessidade de defender a minha posição. 

Há seis anos atrás, e depois de muitas conversas sobre a unidade em que a minha mãe ia "descansar" o resto dos seus dias, deparamo-nos com a possibilidade de ficarmos perto de casa e ela integrar a unidade de cuidados paliativos do Fundão. Já nessa altura a coisa deu-se com pedidos dos médicos do IPO e pedidos informais de conhecimentos externos que nos permitiram esta possibilidade, mas repito, já nessa altura foi bastante dificil esta opção. Hoje, olhando ao meu redor e conhecendo de perto casos semelhantes, sinto uma certa "sorte" por ela ter consigo "embarcar" num mundo tão concorrido.

E verdade seja dita que se houvesse destas unidades para toda a população que hoje espera por um lugar calmo e tranquilo para morrer, creio que a temática da eutanásia não se colocaria tão veemente em cima da mesa. A minha mãe, apesar de todo o sofrimento, de toda a angústia, de todo o mal estar e de todo o significado que são os paliativos, morreu com dignidade. As pessoas que acompanharam os quase dois meses nossos naquele edifício souberam proporcionar-lhe um fim de vida digno com tudo o que isso implicava também para nós, família. Falar daquelas pessoas é dizer-vos que ainda hoje as trago no meu coração pelo carinho e atenção com que trataram a pessoa mais querida do nosso mundo. Falar daquele sítio é dizer-vos entre muitas outras coisas que tinhamos um cadeirão para dormir porque um cama não cabia naquele quarto, porque tudo o resto era posto à nossa disposição, tanto bens materiais como corações abertos para nos ouvir. Em termos medicinais tudo foi preparado pormenorizadamente, tudo foi calculado ao segundo, tudo nos foi explicado tão certo como verdadeiro. E as decisões que tinham de ir sendo tomadas foram nossas, minha e do meu pai. O que médicos, enfermeiros, técnicos, psicologos nos colocavam em cima da mesa nunca era posto em prática sem que nos explicassem o que estava e o que ia ficar. E isto sim é saber dar vida com o mínimo de qualidade possível. 

Agora se me perguntarem se era possível isto tudo em casa ou num qualquer canto de hospital público, onde os profissionais de saúde têm mais de muitos doentes e de diferentes caracteristicas para acompanhar digo-vos que sou totalmente a favor da prática da morte medicamente assistida. Não por pena, não por egoísmo, não por familiares e profissionais se sentirem fartos de não ver resuiltados favoráveis e ver definhar uma pessoa até à exaustão. Digo-vos isto por dignidade humana, digo-vos isto porque depois de tudo a que assisti e senti na pele não conseguiria aguentar ver uma pessoa amada ser esquecida num corpo que já não tem a sua alma. É verdade que ninguém é dono de tirar a vida a ninguém. Aqui não é isso que se fala. Aqui trata-se de eu poder decidir, nas minhas plenas capacidades mentais e emocionais que não quero sofrer mais. Aqui falamos de muitos e muitas que suplicam por ajuda e que essa ajuda não chega e nunca chegará porque Portugal não tem capacidades de ajudar estas pessoas. E não me digam que os apoios, os dinheiros, aquilo que faz andar as coisas chegará...não vai chegar e até lá aqueles que tanto defendem a vida acima de tudo não estarão a assistir a decadência de vidas humanos. Viver não é estar numa cama, sem reconhecer os entes queridos, sem falar, a criar escaras e a ser comido por um bicho maior...viver tem de ser muito mais...muito mais...

 

DIA DAS CRIANÇAS DESAPARECIDAS

Liliana Silva, 28.05.18

 

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Parece-me um título inadequado e só de teclar estas letras e formar esta frase dá-me uma nó na garganta e um aperto no coração. Hoje pela manhã dei de caras com a mãe do Rui Pedro, quem não a conhece não sabe o que é agarrar a vida em busca de respostas que teimam em não chegar mais de vinte anos depois do desaparecimento do seu menino.

Seria injusta, fria, desprovida de sentimentos se dissesse que sei o que ela sente, o que ela vive ou o que é estar sem a razão de viver dos nossos dias...

Na sexta-feira assinalou-se o Dia das Crianças Desaparecidas e na minha ingenuidade não consigo aceitar que se marque um dia como este, quando para pais e mães que sofreram ou sofrem esta "perda" será sempre dia de relembrar quem "se foi". Um tema fracturante da sociedade que continua a não ter respostas concretas e certas para aqueles que pura e simplesmente deixam de ter rasto, para aqueles que num abrir e piscar de olhos deixa de existir. Nunca temos nada como garantido, mas sofrer deste problema é viver com a incerteza do que aconteceu, do que realmente se passou, onde é que cada um falhou para que por descuido do destino aqueles meninos e meninas deixem de existir para pai, mãe, irmãos, avós, amigos, sociedade...

E não, continuo a dizer que não me consigo colocar neste lugar porque só de pensar fico de coração apertado e respiração ofegante. "Perder" assim um filho é nunca fazer o luto na sua necessidade. Procurar pistas, detectar pormenores, divagar sobre o incerto é sem dúvida o maior desgaste que uma pessoa pode ter, quanto mais fazer tudo isto buscando um filho?

Ter um filho e perdê-lo para o incerto, para o vazio, para um túnel longo demais será uma dor inglória, será um constante alvoroço interior, uma forma de viver não vivida. Não consigo imaginar. Se algo se assemelhar a estar em casa, chamar pelo teu filho e ele não responder e não o encontrares em canto nenhum da casa se assemelhar com isso então vos garanto que é um sentimento de impotência e de coração na boca. O pequeno principe T com cerca de 1 ano e pouco decidiu esconder-se. Não respondia, não fazia barulho, não deixou pistas e eu a gritar cada vez mais alto...nada...passei três vezes pelo mesmo local e não o vi, tal já era o meu estado de desespero...e nada...comecei a chorar e a revirar o que havia há volta...nada...

Tentei acalmar-me...ele não tinha saído de casa, as janelas estavam fechadas portanto ele tinha de estar ali...e estava...não vos consigo transmitir em palavras o que senti quando o descobri em baixo da secretária, de olhar arregalado e de sorriso no rosto como que a querer dier-me que me tinha apanhado...e apanhou...um susto que guardo ainda hoje...um susto que passou...

Mas há sustos que não passam, e os dos pais com filhos desarecidos nunca passa...a minha solidariedade para com todos...e a certeza de que tudo o que fazem em busca dos vossos meninos nunca é em vão. Desistir ou não de procurar?! No fundo, naquele pedaço de coração que todos temos mais escondido acredito que cada passada que dão é em busca de novas pistas e informações...que assim seja sempre porque eu ainda acredito que milagres acontecem.

Ninguém me rouba um sonho!!

Liliana Silva, 22.05.18

 

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Ninguém te rouba de mim e sabes porquê?! Porque os sonhos não podem ser roubados...

Podes voar para estudar fora

Podes voar para namorar

Podes voar para trabalhar 

Podes voar para casar

Podes voar para viajar 

Podes voar para conhecer o mundo

Podes voar para te encontrares

Mas terás sempre um bilhete de regresso na algibeira, pode até ser no último sítio que irás procurar, podes até nem te lembrar, mas terás sempre voo de caminho para casa porque eu estarei sempre de asas abertas para te abraçar, para te dizer que és bem vindo, para te preparar a cama apenas por uma noite ou para te aquecer o jantar daquele dia. Sem pressões nem perguntas. Que eu seja capaz disso mesmo e orgulhar-me-ei do meu trabalho de mãe até ao meu último suspiro.

Mas nada nem ninguém consegue roubar o que temos de mais genuíno e de mais verdadeiro.  És o meu sonho de vida e em vida te digo que és meu. Como dizes temos um cordão que nos liga os corações...é invisível aos outros mas inquebrável para mim!

 

DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA

Liliana Silva, 16.05.18

 

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Fizemos o nosso mural para o Dia Internacional da Família na segunda feira...e iniciamos uma conversa sobre o que é este grande mundo.
Mamã: Sabes que dia é amanhã? O dia da Família!
T: ahhhh a sério? Então olha amanhã faz favor de me tratar bem
Mamã: :O tratar bem? Então mas eu não te trato bem?
T: Às vezes não, és chata e falas um bocadinho alto

Incrédula, pensei que ele estava na brincadeira, mas depois percebi que não porque ele não tocou mais no assunto e aquilo ficou a incomodar-me o coração. Tive necessidade de perceber afinal o que não estava a correr assim tão bem para ele me dizer aquilo. Sentei-o e tive uma conversa franca e sincera com ele

Não me revi naquela reacção, não achei que fosse justa da parte dele quando faço tudo o que posso e não posso para que ele seja feliz, mas a verdade é que aquela resposta me incomodou.

Sentei-o na minha frente e pedi-lhe atenção para as palavras que iamos conversar. Disse-lhe que era muito importante para mim que fosse sincero. Perguntou-me o que era isso de ser sincero e eu expliquei-lhe que gostava que ele me dissesse a verdade.

O meu primeiro medo é que o meu filho tenha medo de mim por alguma explosão de "fúria" que às vezes possa ter e foi essa a minha primeira pergunta. Quero que me digas se tens medo de mim? Abriu bem os olhos e disse-me "claro que não". Depois conduzi a conversa no sentido que achei conseguir suportar as respostas.

Mamã: Preciso que me digas o que não gostas que a mamã faça...

T: às vezes falas alto e eu assusto-me, não gosto que grites!

Mamã: Então e o que posso fazer para melhorar essa situação?

T: não sei, só sei que não gosto quando aumentas o tom da voz...

Mamã: Ok, já entendi, então e que estratégia podemos utilizar para quando isso acontecer? Achas que há algum sinal que possas fazer para eu perceber que estou a errar contigo?

T: silêncio

Mamã: Já sei! Sempre que achares que estou a falar mais alto pões as mãos nos ouvidos e esperas que eu pare pode ser?!

T: Boa boa...és a minha melhor mãe, obrigado por ouvires a minha conversa.

Já sei, já sei, coloquei-me a jeito acham vocês e eu também acho o mesmo. Vai pegar nisto e vai-me mandar calar todos os dias e vai achar que é o rei cá do sítio...mas achei por bem tentar. Tenho de arranjar uma alternativa, se gosto que o façam comigo também darei essa oportunidade ao meu filho de mudar o que ele não gosta na mãe.

Vou tentar e espero sinceramente conseguir, porque não gosto de o ouvir dizer que grito demasiado quando estou chateada. Não resolvo os assuntos com ele se me limitar a levantar o tom de voz para que ele tenha medo e pare.

Vou tentar e seja o que for...tentar não custa e pode fazer toda a diferença nesta história da educação, do amor e da amizade.

Desejem-me sorte...

Os Ramos do meu Tronco

Liliana Silva, 15.05.18

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Eiiiii…parou tudo!!

Nas redes sociais hoje só se fala do Dia Internacional da Família e eu achei que também devia escrever algo sobre este “mundo meu”. Mas quando tentei tocar as teclas do pc não saiu nada. Nadinha! Nem com música, nem com o silêncio das minhas memórias, nem com os meus pensamentos mais sorridentes…Nada!

Mas que raio tinha eu para dizer de tão importante sobre aquilo que me rodeia e aqueles que me amparam? Escrevo sobre eles a maior parte das vezes e não é por ser hoje um dia especifico que vou inventar palavras bonitas ou florear os meus sentimentos. Caramba, logo hoje que devia falar sobre ela, a família, a minha família não me ocorre nada de bonito e bom.

Sabem quando sei que sou fraca? Quando algo de mal lhes acontece, quando percebo que não estão bem, quando sei que algo os aflige, quando tomo conta que não consigo fazer muito se o destino traçado não trouxer apenas sorrisos e gargalhadas.

Percebo que tenho medo quando ficam doentes, quando estão tristes, quando as coisas não correm como eles querem.

Passamos demasiado tempo a trabalhar para pagar as contas, para comprar coisas fúteis, para poupar…andamos anos e anos a perder tempo com o dispensável, quando em casa tens pessoas que valem muito mais que dinheiro, que casas, que carros, que telemóveis de ultima geração…pessoas de ouro…pessoas que não há maneira alguma de pagar.

Passamos demasiado tempo com caras fechadas, com amuos sem sentido, com discussões sem nexo quando no final a nossa maior riqueza são os de carne e osso que encaram connosco as tristezas, que vivem connosco as alegrias.

Fala-se muita vez nas pedras no caminho, diz-se que devemos juntá-las e um dia mais tarde construir um castelo…Castelo são as paredes da minha humilde casa que alberga um Rei, um Duque e um pequeno príncipe, com direito a telhado de Estrelas. Eu como Duquesa deste reino digo-vos que ter uma família é ter vida. Sem ela, tudo aquilo que sonhamos, projetamos, ansiamos e desejamos deixa de fazer sentido. 

Já dizia Antoine de Saint-Exupéry  "Somos todos tripulantes de um mesmo navio" e acrescento eu que se soubermos aproveitar as ondas que a maré chamada vida nos manda, sabemos o que é a verdadeira felicidade.

Um brinde que não posso fazer...

Liliana Silva, 11.05.18

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Há muito que não te escrevo

Há muito que o corre corre do dia não me deixa espaço suficiente para deitar cá para fora o que sinto

Há muito que acumulo sensações e sentimentos

Há muito que este meu silêncio deveria ter sido quebrado

Porque os nossos diálogos, apesar de uníssonos, têm sempre efeito de bateria carregada para o meu coração. E nesta época do ano a necessidade que tenho de te falar aumenta. A necessidade que tenho de me agarrar a ti sobe. A necessidade que sinto em desabafar os meus medos e os meus anseios superam a realidade dos dias "normais".

Hoje como nos outros restantes dias destes 6 anos falo a olhar o horizonte, falo com a cabeça erguida para o céu, falo com o olhar virado para o cimo. Mas hoje, e durante os próximos dias, em oposição aos outros tenho-te no meio de casa. Os teus olhos acompanham os nossos passos mais de perto. O calor do teu mimo permite-me caminhar mais descontraída. 

E aqui de baixo, sentada no meu chão e envolta das minhas coisas posso hoje falar-te mais "directa e pessoalmente". Mas o que dizer-te quando a tristeza aumenta nestes dias? Como conversar se as lágrimas teimam em cair mais depressa do que qualquer palavra que sai? E aí respondes tu "por isso mesmo hoje estou mais perto, e estarei sempre, mesmo que tenhas de abrir a janela e expor as nossas conversas com as outras estrelas", não tenho dúvida desta tua resposta. Acredito tão piamente nela como se a estivesse a ouvir ao meu ouvido. Acredito tão piamente nesta nossa linha recta como se te pudesse tocar através dela.

Estou a entrar nos eixos mãe, ainda que isto me custe, ainda que tudo isto me continue a fazer uma confusão descomunal, ainda que eu ache que isto sem ti não tem o mesmo sentido...eu estou a seguir os passos que sei desejarias acompanhar. Consigo hoje uma tranquilidade maior, uma segurança mais calma, uma estada mais acertada.

Percebi que as coisas só têm a importância que eu lhes dou. Percebi que uma noite e um dia não fazem um ano e percebi acima de tudo que no meu coração pode ser sempre dia de festa. 

Hoje brindo aos 65...aos teus 65...aquela festa de arromba que tanto falávamos quando fizesses os 65 fica adiada para tempo incerto mas para data confirmada.  O dia em que te "apanhar" não te escapas,acredita que vamos ter uns dias de arromba. ❤

Hoje o céu está em festa...um brinde a ti princesa linda 

É a ti que devo este "emprego"

Liliana Silva, 06.05.18

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Parvoíce das parvoíces...mas não estaria a "comemorar" este dia se não existisses. E a grande verdade é que pensei demais na altura de te dar existência. Não, não me minto, não te minto, nem vos minto...equacionei a hipótese de não existires e consequentemente hoje, provavelmente, não me chamariam de Mãe. 

É a ti que devo este estatuto e a ti te agradeço o que sou hoje. Tenho uma grande dívida de gratidão para contigo e quem me conhece bem e só mesmo bem sabe que foste, és  e serás sempre a minha tábua de salvação!

Por isso hoje, neste dia da mãe, sou eu que te agradeço!

Obrigada filho pequenino de coração grande!

Obrigada por me teres resgatado do buraco escuro e frio.

Obrigada por me teres feito crescer, ainda que à pressão,obrigada!

Obrigada por tudo o que me ensinas com o teu carinho, com as tuas birras, com o teu mau feitio e com a tua doçura musical.

Obrigada por me ensinares a caminhar lado a lado contigo.

Obrigada por me perdoares sempre que te peço desculpa.

Obrigada pelos longos passeios que damos.

Obrigada e desculpa!

Desculpa se grito demasiado, se exijo demasiado, se me chateio demasiado. 

Desculpa se te devia educar melhor(mesmo achando que não há fórmulas comprovadas para isso)

Desculpa se em dias de festa te dou mais doces do que devia.

Desculpa se te mando desligar a música mesmo tu querendo ouvir mais e mais.

Desculpa se nem sempre reajo bem às tuas pilhas carregadas 24h dia e 7 dias por semana. 

Desculpa por ainda não ter aprendido a lidar com a tua falta de vontade para dormir.

Desculpa porque por mais e melhor que faça nunca estarei à altura do que me deste quando nasceste.  Obrigada por me fazeres ver e acreditar que o AMOR VERDADEIRO E GENUÍNO afinal existe mesmo e quebra todas as barreiras desde o abismo à solidão. 

 

Não sei lidar com o silêncio...

Liliana Silva, 04.05.18

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Ando dias e meses há espera de uns dias para mim...uns dias para parar, para descansar, para fazer ronha...em suma para não fazer nada...

Ora porra para mim!!

Estou há praticamente três dias em casa e a única coisa que consigo fazer é não estar quieta...haja santa paciência! Tenho a possibilidade de por em prática tudo o que almejo nos restantes dias do ano e a única coisa que sei fazer é arranjar mariquices para passar o tempo e ir buscá-lo à escolinha. Podia eu ficar sossegadita no meu canto a ler um bom livro ou a ver umas boas séries (coisas do século passado) e só consigo olhar o relógio em busca da hora certa para me por a caminho da escola e estar com ele.

Agora pensam vocês então e porque raio não ficas com ele em casa?! Pois porque sei que é uma semana de trabalho acrescido pelo dia da mãe e daí ter consciência que não posso fazer o que quero e bem me apetece. E por outro lado porque sei que estas rotinas lhe fazem bem...

Mas voltando ao meu dilema...e estando eu no último dia de descanso pergunto-vos o que posso fazer a este silêncio e calma com os quais pareço já não saber lidar?!

Xiça que já me estou a culpar por não ter aproveitado o meu tempo...e continuo a lamentar-me por não saber lidar com isto...

Arre mulherzinha complicada eu...é nestas alturas que percebo estar viciada nele e começo a achar que há motivos para preocupação por isso!!! 

Ai este cordão umbilical que teima em manter o fio condutor de um amor sem limites...