A Magia do nosso Natal
Ainda passou...o Pai Natal ainda conseguiu passar por cá...ufaaaa...
E é aqui que vejo que sou boa a fazer acreditar. Tenho mais uma vez a consciência de missão cumprida. A magia ainda aconteceu e só por isto já valeu tudo a pena.
Fui uma crente incondicional da magia do natal, do barbudo de vermelho e de tudo o que envolve esta época. Não me canso de repetir que tive o privilégio de ter uns pais que sempre fizeram a magia acontecer. Fui uma crente incondicional dos presentes e quantos mais houvesse ao redor da árvore melhor. Nem com os anos isso mudou. Fui crescendo e apesar das "verdades inevitáveis" virem ao de cima, continuei a acreditar que quem faz a magia somos nós, e por isso mesmo mantive-me crente neste espírito. Mas houve uma altura em que a vida me deu um rombo de tal forma que me pôs à prova. 2012 foi o ano do tudo e do nada e desde esse ano que todos os natais tenho vindo a reiventar-me nesta crença.
Tenho-me superado por ti e não me arrependo, muito pelo contrário. Conseguir fazer-te sonhar e acreditar que isto da magia natalícia pode mesmo acontecer deixa-me com as expectativas nos pícaros.
Confesso que sabia que ia ser difícil...tens seis anos...já consegues reconhecer umas mãos "amigas", uma voz parecida, uma roupa similar...mas mesmo assim pedi ao avô da quinta que trouxesse o fato e encarnasse mais uma vez o personagem...
Quiseste improvisar um pequeno espectáculo para receber o Pai Natal e mais uma vez não te disse que não (ainda que soubesse que ia ser arriscado estares tanto tempo em frente a uma pessoa com a qual tanto lidas)...acho que coloquei tudo nas mãos da estrela guia e esperei que ela fizesse também o seu papel. Deixei fluir, apesar do meu nervoso "miudinho".
A meia noite é sagrada por cá, pelo menos até este ano (creio que se no próximo ano ainda conseguir esta proeza, vamos ter de alterar a coisa, de modo a que o velhinho de vermelho deixe as prendas à porta de casa...sim sim já tenho tudo pensado ahahaha...), mas como ia dizendo a meia noite foi antecedida por um longo jantar (o típico bacalhau com as batatas e as couves e as mil e uma sobremesas), jogámos ao mikado e ao monopoly e assim os ponteiros se chegaram a sobrepor o quanto antes...
A campainha tocou...correste em direcção à porta, a euforia era tanta que cumprimentaste o Pai Natal e foste ocupar o teu lugar ao microfone...cantaste, encantaste e recebeste as tuas prendas com um barbudo dançante e animado. Despediste-te e deixaste-o ir...
Abertas as primeiras prendas, deixas fugir um "eu acho que aquele pai natal era o avô! Ele nunca cá está quando vem o pai natal..."...
"Soou o alarme" e tentamos desviar a conversa e as atenções para o resto das prendas. Voltaste a tocar no assunto e decidimos conversar sobre o tema. Não sei se te demovemos das tuas ideias, mas tenho a certeza que não ficaste convencido nem do sim nem do não. Portanto continuo crente que ainda mantenhas esse brilho no olhar no próximo ano quando a campainha voltar a tocar.
O resto?! Bem, o resto vocês já devem imaginar...papéis de embrulho para um lado, prendas para o outro, gargalhadas pelo meio e cá estava mais um Natal.
Já me convenci que estes dias chorarei tanto quanto sorrirei, mas vou-me habituando a isso. Não sou de ficar pelas metades, como já muitas vezes o referi. Choro com a mesma intensidade com que rio. E se sinto tamanha falta da minha mãe que me dê para chorar muito, também me alegro de tal forma para lutar pela magia do natal do meu filho. Só assim isto faz realmente sentido...não finjo sentimentos, não o sei fazer. A noite é dele e é com ele que quero estar para que a noite também possa ser sempre NOSSA!!