Por falar no Dia dos Irmãos...A "pressão" do segundo filho
Um tema ao qual nunca senti necessidade de falar.
Um tema ao qual nunca me senti pressionada por quem vê o pirralhito a crescer e vê em mim a salvação para os problemas de natalidade do mundo.
Um tema ao qual o mais comum do mortal acaba por cair em "graça" e deseja ver mulheres parideiras.
Um tema ao qual nunca me deixei afectar, mesmo quando tocam naqueles "calcanhares" mais sofridos, como é o caso de deixar o miúdo sem um irmão/ã.
Sou filha única e nunca senti necessidade extrema de uma irmão/ã. Sou filha única e desde que me conheço como gente que nunca perguntei por ele/a, nunca pedi um ele/a, nunca exigi satisfações ou respostas constrangedoras sobre um ele/a. Com o tempo, e já bem tarde percebi que a vida se tinha encarregue de dar um rumo a esta "falta" e continuar a deixar-me ususfruir do espaço apenas comigo mesma e com os meus pais (infelicidade do destino que nos "roubou" um ser ainda em desenvolvimento). E talvez porque sempre tive muitos primos, sempre fui muito mimada e sendo das mais novas sempre fui o centro das atenções, daí não sentir falta.
Até à bem pouco tempo atrás pensava assim e via no pequeno príncipe T o espelho da minha vivência enquanto criança. Também ele nunca falava nisso, nunca pediu nada, e só se lembrava do assunto quando as tais almas iluminadas que acham que sou solução para um mundo envelhecido, lhe perguntavam sobre o assunto. O miúdo chegou até algumas vezes a responder que não queria. E eu nem sequer opinava sobre este facto.
A verdade é que o tempo foi passando e os pais dos amiguinhos do T começaram a alargar a família e deixem-me que vos diga que isto já me trouxe conversas bastante embaraçosas com o meu filho. Sim sim, porque é tudo muito bonito no bebé e tal, mas ter de explicar a etapa antes do nascimento a uma criança de 5 anos exige um rigor sem pudor e sem receios. Exige clareza e simplicidade. Exige até às vezes, o desviar da conversa porque os "porquês" jã são muitos e difíceis de abordar.
Ora pois bem, se até à pouco tempo atrás as coisas passavam despercebidas, nos últimos tempos e com barrigas grandes, com visitas a recém nascidos e com novos anuncios de mais "manos", dei por ele a pedir por um mano ou uma mana. E pronto...o alarme tocou aqui dentro. Não posso dizer que me sinto pressionada, aprendi que tudo acontece quando tem de acontecer e se tiver de acontecer. Não posso dizer que alterei "rotinas" para fazer acontecer. Não posso dizer que me sinta tentada a tentar. Mas confesso que dou por mim a pensar mais vezes nisso. E confesso mais ainda que já dou por mim a fazer contas de cabeça caso a coisa se dê. O grande problema agora é a esta coisa chata de me sentir já numa certa posição confortável no que toca a fraldas, leite, noites mal dormidas, desfraldes, etc, etc, etc...
O pequeno príncipe da casa requer muita atenção é certo, vai entrar numa fase muito importante como é a entrada na escola, mas começa a estar orientado no que toca a muitas coisas básicas que os bébes requerem...
Epahhh e eu sinceramente não sei se estou preparada, se me sinto a vontade, se serei novamente uma boa mãe para outro ser. Fiquei esgotada, "panicada", e não me chamem egoísta, tola ou medricas...é uma "nova" grande responsabilidade e juro que faço uma vénia a quem tem mais do que um filho, é preciso acima de tudo coragem. A ajudar a tudo isto que vos falo, tenho o marido colorido da casa que tem exactamente o mesmo pensamento que eu e que por tal estamos os dois sentados e em unissono naquela escada que vos falei mais acima do patamar confortável. Acho que temos os dois receios acrescidos de tudo e assim sendo não há quem nos empurre para a frente a não ser as vozes "maléficas" que insistem na desgraça da natalidade deste país.
No outro lado da balança está uma certa vontade de deixar o miúdo com um ombro amigo (assim espero que seja caso se venha a confirmar algo mais tarde), uma pessoa que não tenha grande diferença de idades para não haver uma "separação" de brincadeiras, está uma vontade de viver uma gravidez como acho que deve ser, com sonhos, com ansiedades, com enxoval, com preparação das coisas minis...enfim...coisas que não vivi em pleno na primeira gravidez...
Não me sinto pressionada, a balança está bastante equilibrada e este assunto não tem peso no nosso dia a dia...mas quando se toca nele, desperta algo mal resolvido dentro de mim, e tenho de lhe dar um rumo num futuro distante q.b...