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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

Como interpretar o "Não dou prenda ao meu filho no natal"...

Liliana Silva, 12.12.19

 

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Há assuntos que me fazem alguma "comichão" 

Há temas para os quais não tenho "paxorra" 

Vamos lá então por partes que é para isto não descambar ou dar para o torto e para não ter de ficar ainda mais "comichosa" (nem sei se o termo existe mas vá...é fixe )

Ponto 1. acho que todos concordam comigo que realmente isto da euforia do natal poderia muito bem ser dividida pelos restantes 11 meses do ano e até andávamos todos mais bem dispostos, mas a verdade é que só nascemos uma vez e tal como o menino jesus nas palhas deitado, todos temos um dia de aniversário

Ponto 2. continuarão a concordar comigo quando acho que todo este misticismo se perde cada vez mais quando, o que hoje impera, é o consumo desenfreado de tudo, desde brinquedos, a prendas, a comida, a enfeites...e que por tal temos hoje um Natal mais centrado em superficialidades no que aquilo que realmente deveria importar

Ponto 3. continuamos juntos nos pensamentos quando sabemos que a família, a união e as gargalhadas deverão ser sem sombra de dúvida aquilo que de mais rico tiramos do nosso natal e não uma árvore repleta de embrulhos e consequentemente entulhos

Agora vamos lá ser sinceros connosco e com o mundinho, porque isto de lançar algumas frases só porque parece bem e deixar meio mundo com a culpa cravada no peito não é lá muito bonito de se ver...

O natal é magia! O natal é alegria! O natal é cor! O natal é Amor! O natal é sobretudo das crianças! Daquelas que acreditam no Pai Natal e nos Duendes, naquelas que escrevem cartas reais, naquelas que esperam ansiosamente pela noite do 24 ou manhã do 25 para ver com os seus olhos a magia acontecer!

E se eu percebo que há crianças afortunadas que durante o ano têm tudo e mais um par de botas, onde tudo lhes é posto no colo sem mesmo pedirem, onde basta apontar e no dia seguinte a marca já está a enviar a prendinha aos papás, recebendo em troca uma boa publicidade, percebo que isto é uma minoria nesta sociedade onde vivemos! Portanto quando vejo figuras públicas, bloguers, gente da sociedade ou das revistas cor-de-rosa encherem a boca para dizer "não compro presente de natal ao meu filho" fico com uma bomba relógio na boca 

Se é porque a criança vai ficar traumatizada com isso? Se é porque já tem tudo? Se é porque sei que o Natal talvez não seja vivido da mesma forma? Se é por um sem número de razões? Epahhh eu sei lá!!! Agora poupem-me estas frases "bem parecidas" porque volto a repetir o Natal é magia! E para a magia acontecer não é preciso um presente debaixo da árvore, mas é preciso as nossas crianças acreditarem nela!! E quando um pai ou uma mãe em plena época de magia diz estas coisas, deixa-me completamente descrente desta magia tão própria!

Não me venham já cair em cima e achar que sou materialista e que para mim o natal só acontece com prendas porque não foi nada disso que acabei de referir e aconselho a que voltem ao início do texto.

Quem não deve não teme, e quando oiço as frases pré-feitas do "oferece o teu tempo", "mostra-lhe que os outros meninos não têm nada", "oferece momentos passados em família", "brinca com ele a jogos antigos", etc, e etc....poupem-me porque se não fazem isso ao longo do ano com os filhos a culpa é única e exclusivamente de cada um! Por cá damos tudo isso em dobro e em triplo e por isso o meu filho vai ter sim pelo menos 1 prenda do pai natal (em que ainda acredita) e uma prenda dos pais, já para não falar nos avós, amigos e restante família que por aí já não me diz respeito! Se fica mal habituado?! Não caros leitores, porque por aqui ensinamos a gratidão e o reconhecimento do esforço e ele agradece que a magia do natal possa continuar a perpetuar aquilo para que serve, para ser feliz e para mostrar que o Amor sem medida é sempre o melhor presente!!!!

Ficaria imensamente agradecida se me mostrassem as vossas opiniões...radicais ou não...estamos numa sociedade com libredade de expressão e sentimentos. Não crucifico ninguém  assim como espero que não o façam comigo por esta humilde opinião

 

 

O "novo" Natal da minha Vida

Liliana Silva, 02.12.19

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Confesso que ainda não percebi se gosto do natal por Ele ou por mim!!

A verdade é que antes, antes dele, o Natal era sem dúvida alguma a época com que mais vibrava, mais até do que o próprio dia de anos. Toda a envolvência que os meus pais conseguiram criar à minha volta e fazer-me acreditar no pai natal sempre, é das melhores lembranças da minha infância. Todos os anos sem excepção escrevia a minha carta. Todos os anos sem excepção a árvore e o presépio ocupavam o canto daquela sala e com eles as prendas que se amontoavam à medida que os dias iam passando. Todos os anos sem excepção o dia 24 era de “loucura saudável” com as sobremesas, os afazeres, a mesa de natal…Caramba…

Quando me lembro, parece que me transporto directamente para lá e sinto aqui bem no fundo o coração acelerado de tamanha felicidade…era mesmo tão feliz!!!

Sei bem quando o encanto se foi…aos poucos e definitivamente sei bem quando tudo deixou de ter sentido. Ironia do destino o ano em que deixei de acreditar foi o ano em que nasce o menino Jesus da casa e aí então é que percebi que este mundo tinha tanto de injustiça como de coisas bem feitas.

O Natal de 2012 foi, até aos dias de hoje um murro no estômago. Uma sensação que não consigo descrever. Tinha toda a gente de olhos postos em mim e eu com uma vontade imensa de desaparecer do mapa.

Os anos passaram…voltei a olhar as luzes como sensação de magia, voltei a rever na montagem da árvore um símbolo de coragem e de família, voltei a sentir o presépio como sinal de tempos de esperança e fé (a pouca que me restava).

Este ano custa menos um pouco que o ano passado e assim sucessivamente. Quero que ele sinta metade da magia do natal que eu tinha com a idade dele e até com o dobro. Tornou-se para mim um objectivo, “plantar” este espírito no coração dele. Sei que é uma criança mais feliz, ver a alegria e vibração dele faz-me sem dúvida ter outra atitude perante esta data.

Um dia, lá bem longe, quero que ele, ainda que possa verter umas valentes lágrimas, consiga sentir que a mãe quis sempre que ele acreditasse que a magia desta época pode fazer toda a diferença. E a magia não é de todos os presentes físicos que colocamos a rodear a árvore. Quero que ele sinta e se lembre de  todos os cheiros, todos os toques, todas as músicas, todas as camisolas “foleiras” de natal que lhe comprei, da tarte de amêndoa da avó Maria e da árvore folhada do Pai Ricardo e relembre isso com um sorriso no rosto, um sorriso de saudade alegre.

A árvore está montada, o presépio está feito, o calendário do advento está aos poucos a ser descoberto e a casa “cheira” a magia…a Magia das emoções, da família e do Amor.

E por aí…querem conta-nos como é o vosso Natal? Acreditam na magia?