E de repente não somos nada..."Beirute"
Foto: Mohamed Azakir/Reuters (4.ago.2020)
Caraças pahhh...
Raio da vida que nos anda a colocar demasiadas armadilhas no caminho que nos deitam ao chão num abrir e fechar de olhos...
Chiça para o destino que está, às vezes, tão mal traçado...
Não há palavra que soe mais alto do que chamar por "Ele" quando olho as imagens de Beirute. Afinal Deus de muitos e de não tantos assim o que é isto? Andarão as tuas atenções assim tão atrapalhadas? Ohhhh 2020 dum carago que nos está a dizimar a alma e o coração...
Beirute é neste momento uma cidade em escombros, onde cheira a morte e se sente de longe um sofrimento atroz. Os números não param de aumentar e os números são seres iguais a nós mesmos...sim porque poderíamos bem ser nós. Aquele cenário poderia muito bem ser em qualquer parte do mundo, como aqui. Aqueles olhares sem norte ou rumo poderiam bem ser as "nossas gentes ou a nossa família".
A vida corre, voa, esvanece e continuamos tão focados em certas coisas que se torna surreal pensar em cenários assim. De um momento para outro levamos um empurrão e batemos de frente com a dor, com a desgraça, com a destruição, com a morte.
Beirute é já ali, longe, mas tão perto dos nossos corações por estas horas! O dia virou noite por muitas horas seguidas, as casas viraram escombros, as memórias e as vivências viraram pó. As pessoas estão assustadas e a partir de ontem já nada será como antes. Quando pensamos que uma pandemia nos rouba tanto, percebemos afinal que há sempre pior...
Saibamos olhar para isto com o coração...saibamos fazer um luto prático de todas as imagens que nos vão chegando! O cliché é meio que redundante mesmo, mas a verdade é que precisamos aproveitar mais a vida, porque de repente não somos nada...apenas pó e cinza num mundo que continua a mostrar o melhor e o pior com que podemos contar.