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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

É legítimo...mas e nós pais sem greve?!

Liliana Silva, 15.11.17
 

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Ora pois, isto do aumento da idade dos piolhitos traz-nos novas vivências e coisas que até à data ouvimos apenas com os filhos dos outros. Ora pois, sabem que dia é hoje? Um dia que afecta muitas e muitas famílias na hora de deixar as nossas crianças na escola e voltarmos para trás exactamente da mesma maneira. Hoje é dia de Greve e apesar de não me ter preocupado com os avisos que durante a semana ia ouvindo sobre este acontecimento, a verdade é que o alarme soou ontem na hora de ir buscar o pirralhito e ver plasmada na porta da entrada um comunicado com informação da mesma. Perante tal situação tentei informar-me do que se iria passar e percebi à partida que realmente hoje era escusado ir tentar deixá-lo visto que as educadoras não iriam estar.

A meio da semana e lá vou eu de cabeça a mil, para encontrar a solução para este assunto. Ninguém melhor do que o "bombeiro de serviço" para me acalmar os ânimos e amparar a situação. 

Mamã liga ao avô: Pai, tens alguma coisa marcada para amanhã? O T não tem escola, as professoras vão fazer greve e não haverá ninguém que fique com eles...

Avô: então se não há escola, claro que fico com ele. 

Mamã: Ok então eu quando for trabalhar deixo-o aí em casa...

Avô: não, nada disso. Deixa estar o menino a dormir e a descansar no quentinho. Estou aí perto das 09h e podes seguir o teu caminho.

O alarme soou e eu tenho sempre um bombeiro pronto a resolver estes imprevistos do dia a dia. Mas e quem não tem essa sorte? Quem, como eu conheço alguns casos, não têm familiares ou amigos onde possam deixar as suas crianças e se vêm obrigados a faltar ao trabalho ou a seguir com a sua vida? É legítimo, sim eu sei que sim. Nem sequer me revejo numa carreira onde muitas vezes somos obrigados a trabalhar longe de casa, impedidos de ver os filhos crescer ou sustentar uma relação à distância. Sei que devemos sempre fazer-nos ouvir e fazer valer os nossos direitos. Entendo os motivos e estou solidária com a causa. Mas hoje tocou-me a mim, e se eu tenho maneira de ainda contornar a situação, coloco-me no lugar de muitos pais e mães que têm hoje o coração duplamente apertado ou porque deixaram os seus filhos entregues à sorte ou porque tiveram de faltar aos trabalhos para colmatar estas ausências inesperadas. 

Posto isto, o dia hoje é de vontades feitas. Na ida para o almoço encontrei-os assim...a caminhar para casa depois de uns exercicios ao ar livre. E na parte da tarde os planos continuavam em grande. Ouvia-os falar na casa de banho enquanto preparava o almoço...Aproveitar o sol e o espaço livre para andar de bicicleta e correr até ficar com as bochechas vermelhas. Para ele e para mim fica a certeza que há heróis de carne e osso, este é o nosso.