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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

É que não somos mesmo todos iguais...

Liliana Silva, 12.12.17

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Raríssima é a vez em que os meandros do dinheiro e do poder não se misturam numa bola negra e rebentam em notícias que nos deixam a todos incrédulos e lixados com estas histórias que mais parecem saídas de um filme de investigação.

Raríssima é também a vez que quando estes escândalos rebentam, não nos sintamos todos um pouco defraudados e enganados com estas histórias da solidariedade e do ser bom para o próximo.

Raríssima é a vez que pessoas deste género conseguem encabeçar uma instituição e não descredibilizá-la com as suas mentes sujas, mãos grandes e corações vazios de sentimentos.

Raríssima será a vez que situações como estas sejam punidas como deve ser: a reposição do dinheiro de todos nós.

Este domingo e depois de muito ler e ver nas redes sociais sobre o impacto que a reportagem de Ana Leal despoletou um pouco em cada um dos portugueses, tomei coragem e fui ouvir tudo o que foi relatado sobre esta pessoa. Lamento não conseguir chamá-la de senhora, lamento ainda mais a imagem com que fiquei da mesma. E mais do que lamentar, repudio cada facto que foi informado, cada situação que foi demonstrada, cada imagem que foi passada. E com o passar dos minutos dou por mim a pensar que são pessoas assim que me fazem perder a fé na humanidade. São pessoas assim que me fazem pensar duas vezes na hora de me envolver num qualquer projecto social. São pessoas assim que me fazem questionar, afinal o que é isto da solidariedade e do bem comum? Em primeira análise e sabendo que não posso nem devo colocar tudo e todos no mesmo saco, são as primeiras ilações que retirei de toda esta história. E depois acabei por ficar triste por perceber que os meus sentimentos são gerais, ou quase. Foi triste perceber que a maioria das pessoas tirou as mesmas ilações, colocou as mesmas questões e sobretudo foi triste perceber que neste momento, as instituições de solidariedade social estão em check...todas... e por todos nós. E todas estão em causa porque pessoas como estas conseguem abalar a nossa crença nas pessoas boas, nas pessoas de carácter, nas pessoas de bom coração, nas pessoas com uma meta clara e definida...o de fazer o bem para os outros. É das coisas que mais me revolta, que mais me lixa, que mais me deixa à beira de um ataque de nervos...arre gentinha de merda que pensa que o mundo tem de ser todo deles...mas será possível que nem os problemas graves dos outros sejam entraves naturais para se pensar apenas no próprio umbigo? Mas onde está afinal a dignidade humana quando a desgraça alheia é alavanca para vitórias pessoais? Como dizem por aqui...o mundo está perdido...

PS. Fez bem em retirar-se, como diz e bem à justiça o que é da justiça, aos homens o que é dos homens. A instituição merece reerguer-se com nomes que dignifiquem a causa. E em qualquer dos desfechos que esta história possa vir a ter, uma coisa já ninguém lhe tira...o protagonismo de ter extravazado o surreal. O meu carimbo já ninguém lho tira...porque depois disto dou-lhe razão numa única coisa, ainda bem que "não somos todos iguais" Paula Brito e Costa.