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Ele, o microfone e a mamã

"Radicalismos" de uma mãe galinha, rabiscos e cantorias do pequeno príncipe T e vida, muita vida para vos mostrar. No nosso T3 vivemos e sorrimos muito.

Ele, o microfone e a mamã

Esta dor de mãe...

Liliana Silva, 06.04.18

 

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Ainda sobre a queda do pequeno príncipe T...

Estava plenamente convicta que depois de tudo aquilo por que já passei com o sofrimento alheio tinha capa blindada à prova de tudo. Achei sinceramente que a dor já não tinha forma ou feitio e que tudo o que viesse depois do "bicho malvado" nas entranhas de uma pessoa amada me daria suporte para aguentar e gerir novas dores.

E a verdade é que não...não...não e não...

Quando nos tocam quase que como directamente, como é o caso de um filho a coisa volta a fazer mossa e dói. O pequeno principe T deu uma valente queda que o deixou de nariz esmurrado e queimado, de lábio aberto e de gengivas negras, nada de muito alarmante (se não pensar que poderia ter sido muito pior e aqui os calafrios percorrem o corpo...xôooo pensamentos negativos). Nada de grave e que o tempo e muitos miminhos não ajudem a curar.

Mas caramba, vi-o assim e toda eu esmoreci. Tive vontade de chorar. Agarrei-me a ele e senti novamente que é tudo tão curto e passageiro. Senti novamente aquele medo de perder alguém que amo de verdade. senti novamente a angústia de perceber que não controlamos nada, nadinha! Vi-o assim e tremi. Vi-o assim e achei que deveria ser eu a estar naquele lugar e aquela hora. Vi-o assim e mesmo estando a tocá-lo o meu coração parou.

Vi-o assim e percebi que não estou preparada para momentos menos bons como foi o caso ou mesmo para desgraças maiores que podem acontecer quando se tem tanta energia para espalhar. E isto assusta-me e hoje preciso falar sobre isto para conseguir exteriorizar o que senti naquele momento.

Ele está bem e vai ficar melhor. Vai ser acompanhado pela nossa querida Dra. Dentista para perceber se ficará tudo em ordem e terá como é óbvio os miminhos redobrados que o vão deixar tão melado que ninguém o vai aguentar...ehehe

Mas e eu? Conseguirei afastar os fantasmas do passado e voltar a viver sem medos nem condicionamentos? Foi só uma queda. Mas esta queda mexeu aqui com o meu coração de mãe galinha que já por si só é grande e confuso e com estes percalços fica ainda maior e mais trapalhão.

Estou a exagerar?! Estou e tenho plena noção que sim...mas e depois? Não tenho esse direito? Quando nos roubam alguém que faz parte de nós, todos os pequenos pormenores ecoam fundo no nosso coração.